Blog do Elias Lacerda

Após 21 anos, mulher que articulou morte do marido para ficar com seguro é presa

Os policiais a encontraram escondida dentro da estrutura de uma cama box

Procurada havia 21 anos, a ex-estudante de direito Simone de Melo Lodi (foto em destaque), 52 anos, foi presa nesta terça-feira (15/4), na própria casa, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os policiais a encontraram escondida dentro da estrutura de uma cama box. No entanto, a história por trás da trama que levou à prisão dela é digna de roteiro de cinema.

Foto: Reprodução
Após 21 anos, mulher que articulou morte do marido para ficar com seguro é presa

Em 2004, a então estudante foi presa dentro da sala de aula de uma universidade, em Jacarepaguá, por agentes da Delegacia de Homicídios Oeste, da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ).

Em depoimento, a então suspeita confessou que havia tramado a morte do marido, o gerente de banco Roberto Gil Lodi, à época com 43 anos, para ficar com o dinheiro do seguro de vida dele, no valor de R$ 750 mil, além de um Volkswagen Golf e de uma casa no Condomínio Bosque dos Esquilos, também em Jacarepaguá.

Um policial militar do Rio de Janeiro envolvido no assassinato, e que estava preso por outro crime, chegou a receber metade do seguro, no valor de R$ 375 mil.

Descoberta do crime
Três cúmplices de Simone acabaram presos à época das investigações. Anderson Santos da Silva, 29 anos, foi detido durante um curso de vendas, no bairro de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Ele teria contratado os dois assassinos para Simone: o pistoleiro Alexsander Cardoso Rocha, 34, preso dentro de casa, na Gardênia Azul, em Jacarepaguá; e o soldado da PM do Rio de Janeiro Christiano Machado Rangel, 26, que era lotado na 1ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) – no Palácio Guanabara, sede do governo do estado – e teria pilotado a motocicleta usada para cometer o crime.

O delegado Bruno Gilaberte Freitas, que desvendou o caso em 13 de abril de 2004, verificou que Simone ligou para o marido às 18h e combinou de encontrá-lo na Estrada de Jacarepaguá, no bairro Jardim Clarice, onde ela estaria consertando o Golf dele.

Às 20h30, ele desceu de um ônibus no local informado, mas só teve tempo de ver a esposa. Logo em seguida, levou seis tiros: cinco na cabeça e um no peito. Os disparos partiram de Alexsander, que estava na garupa da motocicleta Honda de 500 cilindradas pilotada pelo soldado Christiano.

Calculista, Simone carregou o marido nos braços e, depois de colocá-lo no Golf, levou-o para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde o gerente de banco chegou morto.

Pagamentos
O delegado verificou, ainda, que Anderson era primo do amante de Simone, Glaudson Santos de Azevedo, 36. O responsável por contratar os assassinos recebeu R$ 7 mil e os dividiu com os cúmplices: Alexsander ganhou R$ 3 mil, e Christiano recebeu R$ 1 mil.

O policial contou que moradores do Condomínio Bosque dos Esquilos reconheceram o grupo, o que permitiu à PCRJ chegar a eles. Outro fato que favoreceu às investigações foi o de que, logo após o assassinato do gerente, a motocicleta pilotada pelo policial militar enguiçou a 100 metros do local do crime.

Os dois matadores e a mandante do crime perderam alguns minutos para tentar consertar o veículo, antes de decidirem fugir a pé.

(Metrópoles)

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