Polícia cumpre 8 mandados de busca em investigação sobre execução de ex-delegado
A ação faz parte das investigações sobre o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes
A Polícia de São Paulo realizou nesta quarta-feira (17/09) uma operação com o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão na capital e região metropolitana. A ação faz parte das investigações sobre o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes.
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que dois suspeitos já foram identificados. Durante a operação, a mãe de um deles foi ouvida, porém, detalhes sobre o depoimento não foram divulgados.
Na mesma manhã, uma pessoa foi levada ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) para esclarecimentos. No entanto, as autoridades descartaram sua participação no grupo que atacou Fontes. A polícia mantém sigilo sobre as investigações para proteger o andamento do caso.
O ex-delegado foi morto a tiros na segunda-feira. Ele havia sido ameaçado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) após ter transferido 15 líderes da facção em 2019. A investigação atual analisa se sua morte foi vingança pela facção ou relacionada à sua atuação em Praia Grande.
Durante o ataque, Fontes foi emboscado enquanto dirigia. Imagens mostram seu veículo perseguido e colidindo com um ônibus. Em seguida, homens o atacaram a tiros na avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas. Dois pedestres foram feridos, mas não correm risco de morte, segundo a prefeitura de Praia Grande.
O governador Tarcísio de Freitas ordenou a criação de uma força-tarefa para identificar os assassinos. Equipes da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e do DHPP foram enviadas ao litoral para reforçar o policiamento e impedir a fuga dos suspeitos.
Fontes foi nomeado delegado-geral da Polícia Civil pelo ex-governador João Doria e trabalhou nessa função de 2019 a 2022. Em 2023, ele atuava na prefeitura de Praia Grande.
Ele desempenhou papel crucial ao revelar a estrutura do PCC, resultando na condenação de líderes como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Fontes já havia expressado medo por sua segurança, vivendo sozinho na Baixada Santista, sem proteção do Estado, conforme relatou em entrevista antes de sua morte.
A ameaça contra sua vida foi confirmada pela Polícia Federal em uma operação em março de 2023, que visava desbaratar os planos do PCC.