Músico brasileiro morto na ditadura argentina recebe homenagem no Rio
O músico foi sequestrado, torturado e executado a tiros por integrantes da Operação Condor
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promoveu, nessa quarta-feira (1º), ato cultural coordenado por Gilberto Gil com a presença de Caetano Veloso, Joyce Moreno e Marcos Valle, em homenagem ao pianista Francisco Tenório Jr., morto e desaparecido em 18 de março de 1976, durante a ditadura militar argentina, no contexto da Operação Condor.
O corpo do pianista brasileiro Francisco Tenório foi identificado por meio de exame de impressões digitais. Tenorinho estava em turnê pelo Uruguai e Argentina junto com Vinícius de Moraes, Toquinho, Mutinho e Azeitona quando, tendo tocado diante de um Grande Rex cheio, saiu do seu quarto do Hotel Normandie para comprar cigarros e remédios e nunca mais voltou. Ele era um dos nomes mais marcantes da música instrumental brasileira, mestre na fusão de bossa nova e jazz.
O músico foi sequestrado, torturado e executado a tiros por integrantes da Operação Condor. Tenório Jr. foi enterrado dois dias depois, como indigente, no cemitério de Benavídez, em Buenos Aires.
A Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) confirmou, por meio de exames de impressão digital, a identidade do pianista Francisco Tenório Cerqueira Júnior em setembro deste ano.