Plantão Policial

Delegados detalham esquema de agiotagem e violência ligado a estrangeiros no Piauí

Polícia aponta relação de colombianos e venezuelanos com homicídios e suicídio de vítima extorquida

Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (11), a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) detalhou os desdobramentos da Operação Macondo , que desarticulou um esquema de agiotagem e lavagem de dinheiro praticado por estrangeiros no estado. A ação integra o programa Pacto pela Ordem e resultou no cumprimento de 15 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão em seis cidades piauienses.

O delegado Ian Brayner, da Inteligência da Polícia Civil, explicou que os investigados (em sua maioria colombianos e venezuelanos) atuavam oferecendo empréstimos abusivos a pequenos comerciantes e autônomos, cobrando juros superiores a 30% ao mês.

Existe todo um ecossistema de violência que gravitaciona em torno dessa usura. Tivemos homicídios em Oeiras e Parnaíba e uma vítima que chegou ao suicídio em razão das ameaças constantes ”, afirmou.

Segundo Brayner, o dinheiro usado nos empréstimos teria origem no tráfico internacional de drogas. “ Esses indivíduos são cooptados fora do país e subordinados a patrões que permanecem em território estrangeiro. Essa é uma primeira fase da investigação, que busca identificar quem financia essas operações criminosas ”, completou.

O superintendente de Operações Integradas da SSP-PI, delegado Matheus Zanatta, informou que a polícia bloqueou R$ 5 milhões em contas dos investigados. Ele destacou a discrepância entre o patrimônio e a renda dos suspeitos.

Um deles movimentou R$ 5 milhões sem qualquer trabalho declarado, e outro chegou a movimentar R$ 300 milhões em apenas dois meses ”, disse.

Zanatta confirmou ainda a apreensão de uma arma de fogo e materiais ligados à atividade de agiotagem. “As cobranças eram feitas com ameaças, extorsão e violência psicológica. As vítimas eram pessoas que não conseguiam crédito formal. Todos os presos são estrangeiros, principalmente colombianos e venezuelanos”, concluiu.

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