DHPP conclui inquérito e indicia guarda municipal por duplo homicídio em Teresina
Segundo o DHPP, o relacionamento entre Penélope e Francisco era marcado por abusos psicológicos
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apresentou, nesta quinta-feira (04/09), o resultado do inquérito que investigou o assassinato do vereador Thiciano Ribeiro e da guarda civil municipal Penélope Brito , ocorrido no dia 27 de agosto, no Centro de Teresina. O crime teve como acusado o ex-marido de Penélope, o guarda municipal Francisco Fernando Castro , preso poucas horas após a execução.
A investigação apontou que o crime foi premeditado. Francisco foi indiciado por feminicídio majorado, no caso de Penélope , e por homicídio qualificado com quatro agravantes pela morte de Thiciano: motivo torpe, impossibilidade de defesa, meio cruel e perigo comum . Um taxista, identificado como Paulo César Lopes Pereira, que estava no local, também foi reconhecido como vítima de tentativa de homicídio qualificado , já que o atirador disparou sem se preocupar com terceiros.
“Nós tivemos certeza de que a arma utilizada no crime se tratava de uma pistola 9mm. E o próprio Código Penal coloca como qualificadora também o uso pelo agente de uma arma de uso restrito. Além disso, também foi submetida a perícia, o taxista que estava no local, o Sr. Paulo César. E através da sua oitiva ficou muito claro pra gente que o Francisco Fernando, ao realizar os disparos da forma como ele realizou, ele assumiu sim o risco de produção de resultado morte de outras pessoas que estava no local”, relatou a delegada Nathália Figueiredo.
De acordo com o DHPP, o relacionamento entre Penélope e Francisco era marcado por abusos psicológicos . Após a separação, ocorrida cinco meses antes do crime, ele teria iniciado uma campanha difamatória contra a ex-mulher, alegando traição. No entanto, as acusações não foram confirmadas, e testemunhas relataram que o guarda municipal mantinha um comportamento grosseiro e controlador durante a relação.
O inquérito revelou ainda que Penélope confidenciava a pessoas próximas que vinha enfrentando crises de ansiedade e buscava apoio psicológico em razão da pressão que sofria depois do fim do relacionamento. Amigos também relataram que ela acreditava que a perseguição cessaria, já que Francisco havia iniciado outro relacionamento.
A polícia apurou que, no dia anterior ao crime, Francisco estava de plantão e, ao encerrar o turno, seguiu para Teresina. A suspeita é de que ele tenha se deslocado após descobrir que Penélope e Thiciano estavam juntos na capital . No dia seguinte, armado, ele surpreendeu as vítimas no Centro da cidade e efetuou diversos disparos, atingindo fatalmente o vereador e a guarda municipal.
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