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PF diz que candidato pagava até R$ 200 para quem adesivou veículos em Teresina

A delegada Milena Caland, deu, nesta sexta-feira (04/10) mais detalhes sobre a operação

Na noite desta quinta-feira (03/10), a Polícia Federal desencadeou uma operação contra a compra de votos em um evento político realizado no Clube dos Cabos e Soldados, na Avenida São Raimundo, no bairro Cristo Rei, em Teresina.

Conforme informações da Polícia Federal, no local alvo da operação ocorria um evento organizado pelo candidato a vereador Érico da Luta (Avante), que integra a base do prefeito Dr. Pessoa, candidato à reeleição. Ele não estava mais no clube no momento da chegada da equipe da Polícia Federal, porém, como ele seria o principal beneficiário da conduta ilícita, será investigado em dois crimes na esfera penal.

Foto: Reprodução
PF diz que candidato pagava até R$ 200 para quem adesivou veículos em Teresina

A delegada Milena Caland, deu, nesta sexta-feira (04/10) mais detalhes sobre a operação. Segundo ela, a PF recebeu uma denúncia anônima informando que no evento havia distribuição de senhas.

"Era um evento muito grande, com muitas pessoas, muito bem organizado e de fato o candidato esteve presente e o que nos chamou atenção, assim como foi nos denunciado: haveria distribuição de senhas, fichas e que essas fichas correspondiam a valores. R$ 100 para pessoas que tivessem motos e R$ 200 para pessoas que tivessem carro. Esses carros foram previamente adesivados com propaganda política do candidato há 15 dias atrás e em razão desse adesivaço, as pessoas estariam habilitadas a comparecer ao local e receber o numerário que foi prometido. Era uma forma de recompensa. E de fato as pessoas assim compareceram, muitas pessoas e no momento de formação das filas, as filas estavam gigantes que causou um certo tumulto no momento de formação das filas, aconteceu uma verdadeira desordem”, disse.

Foto: Conecta Piauí
PF diz que candidato pagava até R$ 200 para quem adesivou veículos em Teresina

Ainda segundo Milena Caland, a legislação veda o adesivaço quando se trata de motoristas de aplicativo.

“O que nós percebemos também depois que a ação foi feita e o material foi apreendido, que havia uma organização muito grande, inclusive com cadastro de pessoas com nome, CPF, o veículo e placa. Então havia um controle muito rígido de quem estaria lá. Eles, em sua maioria, são veículos de aplicativo. Nesse caso, os veículos são proibidos de serem plotados. Não podem ser adesivados. A legislação veda esse tipo de conduta. Foram conduzidas 10 pessoas. Haviam muitas pessoas, em torno de mil inclusive. A estimativa que foi feita foi em torno de mil pessoas. Nós selecionamos as pessoas que tinha ligação com o evento direta, com o candidato, pessoas que tinham poder de decisão, para que não trouxéssemos pessoas que nem sabiam o que estava acontecendo ali. Por isso, selecionamos 10 pessoas, dentre elas dois eleitores, para que a gente pudesse ratificar a situação de negociação de votos”, relatou a delegada.

Dez pessoas foram conduzidas à sede da PF para prestar esclarecimentos, permanecendo quatro presas por suposto envolvimento em crimes de corrupção eleitoral e de associação criminosa.

OUTRO LADO

O Conecta Piauí tentou contato com a assessoria do candidato mas até a escrita desta matéria não obteve retorno. O espaço segue em aberto.

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