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Polícia faz buscas em operação que liga ex-assessor de Ciro a banco usado pelo PCC

Ações investigam movimentações suspeitas em rede de postos e fintech usada em lavagem de dinheiro

A Polícia Civil do Piauí cumpriu mandados de busca e apreensão na tarde desta terça-feira (04/11) em endereços ligados ao empresário Haran Santhiago Girão Sampaio, em Teresina, como parte de uma operação que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro e fraudes fiscais envolvendo o setor de combustíveis. Entre os locais vistoriados estão a residência do empresário, em um condomínio de luxo, e o escritório do Posto HD, localizado no edifício Manhattan, na zona Leste da capital.

Foto: Reprodução/Internet
Polícia faz buscas em operação que liga ex-assessor de Ciro a banco usado pelo PCC

A investigação aponta que Haran Sampaio teria transferido R$ 230 mil para o ex-assessor político de Ciro Nogueira (PP-PI), Victor Linhares de Paiva, em dezembro de 2023. O valor foi depositado em uma conta aberta por Linhares na fintech BK Bank — instituição identificada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo como um dos canais de lavagem de dinheiro utilizados pela facção criminosa PCC, na Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto deste ano.

O relatório do Coaf indica que, após o depósito, o dinheiro foi transferido para outra conta em nome de Linhares, sem novas movimentações, o que levantou suspeitas de uso da conta apenas para essa transação. A coincidência entre o depósito e a venda da rede de postos HD Petróleo, pertencente a Haran Sampaio e ao sócio Daniel Coelho de Souza, também é investigada. A negociação foi feita com um fundo administrado pela Altinvest, empresa já citada na Operação Carbono Oculto.

Victor Linhares, ex-secretário municipal de Articulação Institucional de Teresina, é apontado como aliado político de Ciro Nogueira e cotado para disputar uma vaga nas eleições de 2026.

Segundo relatório da Polícia Civil, a operação busca esclarecer o uso de empresas de fachada e possíveis conexões entre grupos empresariais locais e fundos investigados por lavagem de capitais. Após a venda, os postos da antiga rede HD passaram a operar sob o nome “Rede Diamante”, controlada pela Pima Energia, que, conforme o relatório, teria sido criada dias antes da compra e está ligada a um fundo administrado pela Altinvest.

Os investigadores apuram ainda indícios de sobreposição de registros e compartilhamento de estrutura física entre diferentes empresas do grupo, o que, segundo o relatório, pode indicar tentativa de ocultar a origem de recursos e dificultar o rastreamento das transações financeiras.

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