Crise na limpeza de Timon: gestão age com amadorismo e põe serviço em risco
Falta de estrutura e denúncias ambientais colocam em dúvida nova gestão da limpeza em Timon
Timon, que até pouco tempo era referência em limpeza urbana no Maranhão, mergulha agora em um cenário de insegurança e desorganização após a Prefeitura decidir romper de forma unilateral e irresponsável o contrato com a Naturalle Tratamento de Resíduos, empresa que vinha executando com eficiência os serviços de coleta e varrição no município.
A medida, tomada pela gestão do prefeito Rafael Brito, surpreende pela ausência de qualquer justificativa técnica, estudo financeiro ou parecer jurídico que sustente tamanha imprudência. A alegação de “dificuldades orçamentárias” soa como pretexto para encobrir decisões administrativas sem planejamento, sem transparência e sem respeito aos princípios da eficiência e continuidade do serviço público.
Segundo a Naturalle, o município acumula dívida superior a R$ 6,4 milhões, valor que cresce mês a mês em razão de medições não pagas e atrasos constantes. Mesmo diante desse cenário, a Prefeitura opta por romper o contrato sem sequer apresentar proposta formal de quitação ou cronograma de pagamento, colocando em risco mais de 200 empregos diretos e a sustentabilidade de dezenas de fornecedores locais.
Nos bastidores, fala-se na contratação emergencial de uma nova empresa sem histórico comprovado, sem frota adequada, sem corpo técnico e sem estrutura operacional mínima para executar o serviço. As informações dão conta de que essa empresa supostamente ligada à operação do aterro sanitário pretende assumir o contrato oferecendo remunerações abaixo do piso estabelecido pela convenção trabalhista, o que é ilegal e imoral, além de tentar absorver funcionários da Naturalle sem pagar salários, benefícios e direitos adquiridos.
Gestão pode ter orquestrado cenário para justificar a troca de empresa
Fontes ouvidas pelo Conecta Piauí afirmam que a gestão teria planejado o enfraquecimento gradual da atual prestadora, criando um ambiente de inviabilidade financeira e operacional para justificar o rompimento contratual. A análise é de que o processo de substituição e preparação de uma nova empresa não ocorre de forma imediata, o que indica planejamento prévio e interesses articulados dentro da própria administração. A suspeita reforça a percepção de que a decisão não foi apenas técnica, mas estrategicamente conduzida para abrir espaço à futura contratada.
Trata-se de uma conduta abusiva e desumana, que demonstra o nível de amadorismo e despreparo da atual gestão municipal. A empresa substituta não possui mão de obra treinada, não fornece EPIs adequados, não dispõe de ferramental nem equipamentos compatíveis com a execução do serviço, e sequer apresenta plano técnico-operacional para manter a rotina de coleta e varrição. É o retrato da incompetência travestida de improviso.
Mesmo diante de toda essa instabilidade, a Naturalle reafirma seu compromisso com a população de Timon e informa que continuará executando os serviços de forma integral e ininterrupta, até que o impasse jurídico seja solucionado, em respeito aos cidadãos que dependem diretamente da regularidade do serviço.
A decisão da Prefeitura abre um grave precedente e levanta questionamentos sobre possíveis interesses políticos e ausência de critérios técnicos na substituição contratual. Diante disso, é imperativo que a Câmara Municipal, o Ministério Público e o Tribunal de Contas apurem rigorosamente as circunstâncias dessa ruptura, que ameaça um serviço essencial e a dignidade de centenas de trabalhadores.
Em vez de preservar um modelo que funcionava com eficiência, a Prefeitura de Timon opta por desmontar uma estrutura consolidada, substituindo-a por uma operação improvisada, sem base técnica e sem responsabilidade social, uma decisão que beira o colapso da limpeza urbana no município.
O espaço segue em aberto caso a Prefeitura de Timon ou qualquer envolvido na situação queira se posicionar sobre o caso.