Parada da Diversidade ocupa Centro de Teresina com foco em democracia e inclusão
Evento destaca luta por direitos, visibilidade trans e enfrentamento a retrocessos políticos
A 23ª Parada da Diversidade de Teresina, promovida pelo Grupo Matizes, acontece na Praça Pedro II, marco histórico da cidade. O evento celebra a vida, a diversidade e a cultura local, com foco em pautas políticas e sociais que impactam a população LGBTQIA+.
Marinalva Santana, representante do Matizes, reforça o tema central da edição: “Nossa parada, o tema maior é a questão da democracia e a luta pela diversidade. E também, dentro do contexto político, sem anistia para quem atenta contra a democracia em nosso país.”
A programação inclui a presença da multiartista Linha, mulher negra e periférica, reconhecida por sua atuação em defesa dos direitos da população LGBTQIA+. A escolha reforça o caráter autônomo e combativo do evento.
Akin Alencar, homem trans e professor da rede estadual, assume o papel de padrinho da Parada. “O que a gente luta é por dignidade, por acesso, por direito à vida”, afirma. Akin destaca a importância da ocupação de espaços públicos por pessoas trans e travestis, diante de um cenário político marcado por ameaças à existência dessa população.
A Parada da Diversidade se consolida como espaço de resistência, visibilidade e construção coletiva, reafirmando o compromisso com os direitos humanos e a democracia.
O produtor cultural Richard destacou que a Parada da Diversidade representa um grande movimento social e cultural que vai além da celebração festiva. Segundo ele, o evento reafirma a presença e a resistência da comunidade LGBTQIAPN+ no Centro de Teresina, espaço onde o movimento começou nos anos 2000.
“A parada não é só festa, é movimento social, político e histórico, por todas aquelas que já passaram, que estão passando e vão passar”, afirmou, ressaltando ainda o impacto econômico positivo com mais de cem barraqueiros e artistas locais participando da programação.
Já a cantora Linn da Quebrada celebrou o retorno a Teresina e a participação em um evento que, segundo ela, carrega um simbolismo importante para a luta e a celebração da diversidade.
“Voltar a Teresina foi uma realização, ainda mais num evento tão importante como a Parada. Dei tudo de mim, tô muito feliz mesmo”, declarou.
Para Linn, o show teve o papel de fortalecer a rede de apoio e a comunidade LGBTQIAPN+, reforçando mensagens de resistência e união. “A principal mensagem é essa: a formação da nossa rede, o fortalecimento do nosso movimento e a urgência da nossa existência. Viva a diversidade, viva a cultura, viva todas nós”, concluiu Linn.
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