Em Nova York, Wellington Dias defende Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

O titular do MDS convidou representantes mundiais a aderirem à proposta
Redação

Aliança Global contra a Fome e a Pobreza foi um dos principais temas tratados, nesta terça-feira (23.09), pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, em uma série de agendas em viagem oficial a  Nova York. Em encontros com representantes do Banco Mundial, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Programa Mundial de Alimentos,  o titular do MDS convidou os presentes a aderirem à proposta e falou da importância da iniciativa para combater a pobreza e insegurança alimentar.

Foto: Roberta Aline/MDS
Em Nova York, Wellington Dias defende Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

Um dos compromissos do dia foi o evento realizado no contexto do pré-lançamento do Relatório “Pobreza, Prosperidade, Planeta” (3PR), organizado pelo MDS a convite do Banco Mundial. O relatório oferece uma avaliação pós-pandemia do avanço global na direção do fim da pobreza, impulsionando o compartilhamento de um planeta habitável e explorando os caminhos possíveis para isso.

“O Relatório “Pobreza, Prosperidade, Planeta” do Banco Mundial confirma muitas informações que temos recebido por diferentes fontes: infelizmente, a redução da pobreza extrema global se desacelerou até quase parar”, lamentou Wellington Dias. “Atualmente, 8,5% da população mundial vive em extrema pobreza (ou seja, com menos de US$2,15 por pessoa ao dia). O mundo simplesmente não está cumprindo a promessa de 2015 com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, completou.

Foto: Roberta Aline/MDS
Em Nova York, Wellington Dias defende Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

Para combater a pobreza, o ministro defendeu uma abordagem integrada, com a transferência de renda articulada com as áreas de saúde, educação e assistência social para combater a pobreza. Além disso, falou sobre a importância de se investir em uma política econômica de promoção do emprego decente, de valorização do salário mínimo e da implementação de programas de inclusão socioeconômica, do apoio à agricultura familiar e dos programas de resiliência climática para as comunidades mais vulneráveis.

“Os resultados estão aí para demonstrar o sucesso da nossa abordagem. Em 2023 tivemos um dos maiores crescimentos da renda da nossa história: a renda dos trabalhadores aumentou 11,7%. A renda dos 5% mais pobres do país cresceu 38,5% em 2023, um aumento recorde”, lembrou. “O relatório 3 PR mostra que o Brasil voltou a reduzir a extrema pobreza. Comparando 2021 com 2024, passamos de 5,8% de pessoas extremamente pobres para 3,2%”, acrescentou.

Diante de um cenário de financiamento internacional fragmentado e sobrecarregado na luta contra a insegurança alimentar e miséria , o ministro enfatizou ainda a importância da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. “O papel da Aliança Global é extrair de seus atores mais propósito, mais escala e melhor coordenação. A participação concreta de bancos de desenvolvimento e países doadores será fundamental para essa iniciativa”, defendeu.

Foto: Roberta Aline/MDS
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Infância

Nesta terça-feira, o ministro também participou do “Diálogo de Alto Nível sobre Soluções Comprovadas para Crianças: Acelerar o Progresso para os ODS e além”, promovido pelo UNICEF.

No encontro, o titular do MDS elencou uma série de programas voltados para esse público no Brasil . Entre as iniciativas, citou o Bolsa Família, o programa de visitação domiciliar para a primeira infância, o programa de alimentação escolar, que atende mais de 40 milhões de estudantes diariamente, e a elaboração da Política Nacional de Cuidados, que aguarda aprovação no Congresso.

“Intervenções integradas na primeira infância são cruciais para proteção social nesta fase tão crítica do desenvolvimento infantil”, defendeu, em palestra. “Estamos no caminho certo: um estudo recente revelou que o Bolsa Família reduz em 92% a quantidade de crianças na primeira infância que vivem em famílias na condição de pobreza ou extrema pobreza”, exemplificou.

Em seguida, lembrou que essas iniciativas poderiam ser incluídas na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que deve ser lançada em novembro, na Cúpula dos Líderes do G20, no Rio de Janeiro. “Nossa proposta é simples e voltada à ação: uma aliança para implementar políticas sociais bem desenhadas e focadas nos mais pobres e vulneráveis”, explicou, ao convidar os presentes a aderirem à iniciativa.

PMA

Outra agenda do ministro nesta terça-feira em Nova York foi reunião bilateral com o vice-diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Carl Skau, em que o ministro também tratou da Aliança Global. “Quero aqui pedir para que possamos juntos, num diálogo com vários países, estimular a adesão à Aliança Global contra a Fome e Pobreza e, também, ajudando cada um com seus planos, especialmente os países em desenvolvimento, termos uma integração em várias áreas” , disse Wellington Dias. A iniciativa foi bem-recebida pelos representantes, que sugeriram contribuir com a proposta e colocar o centro de excelência de pesquisa em alimentos à disposição da Aliança.

A comitiva do MDS segue em agenda oficial em Nova York até a próxima quarta-feira (25.09)

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