Servidores públicos municipais ameaçam realizar greve devido cortes salariais

Secretário de Finanças alega falta de dinheiro e presidente da Sindserm retruca: "É um absurdo"

Servidores públicos de diversos setores do município de Teresina, em especial os que trabalham em serviços noturnos, estiveram em frente à prefeitura de Teresina, nessa segunda-feira (07), protestanto contra cortes indevidos em suas folhas salariais.

Os servidores, entre eles agentes de portaria, zeladores, fiscais de campo e agentes da guarda civil, alegam que valores referentes ao adicional noturno e às horas extras foram drasticamente reduzidos. Uma assembleia do sindicato será realizada na próxima quinta-feira (10) para definir os próximos passos que a categoria irá tomar. Segundo o presidente do Sindserm, Sinério Soarese, se não ouver uma solução será iniciada uma greve.

Foto: Divulgação/Sindserm
Protesto dos servidores públicos em frente à prefeitura

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm) lembrou que essa não é a primeira vez que a prefeitura realiza esse tipo de corte, especificamente contra os agentes de portaria. Em março de 2021, no início da atual gestão municipal e quando a Secretaria de Finanças estava sob o comando de Robert Rios, foram realizados cortes referentes às horas extras dos agentes. Os cortes atuais variam de R$ 250 a R$ 600 por funcionário, valor expressivo para o salário dos servidores.

Em entrevista ao Conecta Piauí, o Sindserm comentou que o atual secretário municipal de Finanças de Teresina, Admilson Brasil, em reunião realizada com o sindicato na última quinta-feira (03), teria alegado que o corte foi realizado para conter gastos públicos. Admilson teria falado ainda que o município não possui capital suficiente para o pagamento das horas extras e do valor referente ao adicional noturno dos funcionários.

Foto: Divulgação
Reunião da Sindserm com Admilson Brasil na última quinta-feira (03)

Sinésio Soares renega o argumento do secretário e acredita que os cortes fazem parte de um projeto que contribui para a precarização dos serviços públicos a fim de levar à terceirização das funções.

"É um absurdo uma gestão que dizia que iria priorizar os servidores mais humildes tomar essa posição. Nós entendemos que não se trata de incompetência da gestão, mas sim de ser um projeto que visa a precarização dos serviços para, posteriormente, terceirizá-lo", argumentou.

Durante os protestos, Soares também se manifestou contra o posicionamento de Admilson. "Não vamos aceitar a fala do secretário de finanças Admilson Brasil. O plano é tirar os efetivos e colocar os terceirizados pra enriquecer empresários. Nós não vamos aceitar", disse.

Uma assembleia do Sindserm será realizada na próxima quinta-feira (10) para definir os próximos passos que a categoria irá tomar. Caso o pagamento dos valores cobrados pela classe não seja realizado até lá, poder ser iniciada uma greve, segundo Soares.

"Se até essa assembleia a devolução do dinheiro não constar no contracheque dos servidores, nós vamos propor começar uma greve de agências de portaria com atividades e manifestações diárias", completou o presidente do sindicato.

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