Setembro registra menor número de queimadas em dez anos no Piauí
Somente neste ano, foram 120 combates diretos ao fogo, em operações promovidas por brigadistas
RedaçãoO Piauí acaba de viver um setembro atípico — e, desta vez, a notícia é positiva. Tradicionalmente marcado pelo calor intenso e pelas queimadas, o primeiro mês do chamado B-R-O BRÓ fechou 2025 com o menor número de focos de incêndio dos últimos dez anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram 2.147 registros em todo o estado, uma queda de 31,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
O resultado só não é melhor do que o de 2016, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) contabilizou 1.344 queimadas no mesmo mês. Para quem acompanha a escalada histórica do fogo no semiárido, a marca representa um alívio — e também um recado: com prevenção, monitoramento e ação rápida no combate, é possível reduzir drasticamente o impacto das chamas.
Esse avanço é reflexo do aumento nas equipes de brigadistas em campo. Já são mais de 1,5 mil homens e mulheres treinados, distribuídos em 116 municípios — mais da metade do território piauiense. Somente neste ano, foram 120 combates diretos ao fogo, em operações que exigiram rapidez, coordenação e coragem para enfrentar a devastação das chamas.
Além do reforço humano, o trabalho de prevenção e inteligência também ganhou destaque. Da sala de monitoramento da Semarh, técnicos acompanham em tempo real dados de umidade, vento, temperatura e focos de calor, orientando as equipes no território. Outro ponto decisivo foi a portaria publicada em 15 de agosto, que proíbe queimadas durante o período mais crítico da estiagem — medida que vem ajudando a frear a prática em áreas rurais.
Para o secretário de Meio Ambiente, Feliphe Araújo, o resultado é fruto de uma mudança de estratégia. “Estamos colhendo os frutos de um trabalho coletivo, que envolve a ampliação das brigadas, o monitoramento permanente e o engajamento da sociedade. Ainda temos muito a fazer, mas o dado de setembro mostra que estamos no caminho certo”, afirma.
O alívio, no entanto, não significa trégua. Outubro, também, costuma ser bem quente e com risco elevado de incêndios. A queda histórica registrada em setembro mostra que é possível virar o jogo, mas também reforça a necessidade de manter a mobilização até que o período crítico termine. No ano, a queda nos incêndios em território piauiense já é 10% menor que o registrado em 2024.