Com 'dor de cotovelo', Ciro não aceita Fufuca com Lula e o afasta do Progressistas
Senador piauiense não esconde seu descontentamento após perder do controle do próprio partido
RedaçãoO ministro do Esporte, André Fufuca, foi afastado de todas as funções partidárias no Progressistas após decidir permanecer no governo do presidente Lula, contrariando a orientação da executiva nacional da sigla. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (08/10) pelo presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira, que classificou a atitude como um rompimento com as diretrizes da legenda.
Em nota oficial, o Progressistas informou que Fufuca está afastado de “todas as decisões partidárias” e da vice-presidência nacional do partido. Além disso, a direção nacional decidiu intervir no diretório estadual do Maranhão, retirando o ministro do comando da sigla em seu reduto político.
“O Progressistas comunica que, diante da decisão de desobedecer a orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional do partido. A Direção Nacional do Progressistas realizará, ainda, intervenção no diretório do Maranhão, retirando o ministro do comando da legenda no estado”, diz o comunicado.
O partido reforçou que “não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”.
A medida aprofunda o racha entre Fufuca e a cúpula nacional do Progressistas, especialmente com Ciro Nogueira, que mantém postura de oposição ao governo Lula. Licenciado do mandato de deputado federal pelo Maranhão, o ministro preferiu manter o cargo no primeiro escalão e manifestar apoio ao projeto de reeleição do presidente em 2026.
A decisão contraria o acordo firmado entre o Progressistas e o União Brasil, que recentemente anunciaram a formação de uma federação partidária. O entendimento entre as legendas previa que todos os filiados com cargos no governo federal deveriam deixar os postos, sob risco de expulsão ou punições internas.
Com o afastamento, André Fufuca perde força dentro do partido, mas mantém a visibilidade nacional no comando do Ministério do Esporte, pasta que integra desde setembro de 2023, após negociações políticas entre o Planalto e partidos do centrão.