PF investiga desvio de recurso e rachadinha durante governo Bolsonaro

A defesa de Jair e Michelle negou qualquer tipo de anormalidade

A Polícia Federal identificou suspeita de desvio de recursos e rachadinha no Palácio do Planalto ocorrido durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) através de depósitos em dinheiro vivo realizados pelo ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. A defesa de Jair e Michelle negou qualquer tipo de anormalidade.

De acordo com o ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro e advogado membro da equipe de defesa do ex-presidente, Fábio Wajngarten, os pagamentos referentes ao dia a dia da família eram efetuados “com recursos próprios”.

Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
Bolsonaro e Michelle

“A defesa reitera que pequenos fornecedores e/ou prestadores de serviços informais recebiam em espécie a fim de proteger a privacidade do ex-presidente, bem como evitar exposição desnecessária e riscos de fraudes, a defesa fará uma exposição detalhada de todos os custos, valores, saídas de recursos próprios do ex-presidente durante todo o período do mandato, nos 48 meses, a fim de evidenciar o quanto isso tudo se trata de uma perseguição política, com a apropriação e divulgação de vazamentos seletivos a fim de constranger os envolvidos", diz a nota realizada pela equipe de defesa de Jair Bolsonaro.

Em reportagem do Uol publicada no último sábado (13/05), foi revelado também um diálogo entre Cid e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, assessora da primeira dama, no qual Cid falava que "não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente".

"Se ela (Michelle) perguntar pra você ou falar alguma coisa ou comentar, é importante ressaltar com ela que é o comprovante que ela tem. É um comprovante de depósito, é comprovante de pagamento. Não é um comprovante dela pagando nem do presidente pagando. Entendeu? É um comprovante que alguém tá pagando. Tanto que a gente saca o dinheiro e dá pra ela pagar ou sei lá quem paga ali. Então, não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente", disse Mauro Cid, em 25 de novembro de 2020, a Giselle dos Santos Carneiro da Silva, assessora da então primeira-dama, de acordo com a conversa divulgada pelo portal Uol.

A PF também identificou uma empresa com contrato na Codevasf como origem de recursos transferidos a um integrante do Palácio do Planalto, que seria responsável pelo pagamento dos custos de Michelle Bolsonaro. Foi encontrado ainda uma conversa de WhatsApp onde Cid teria encaminhado sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo, enviados às assessoras da ex-primeira-dama. A Policia Federal considera isso um indício de desvio de recursos do governo federal.

Em outra troca de mensagens, Jair Bolsonaro pediu que Cid efetuasse o pagamento de um boleto em dinheiro vivo para custos hospitalares da tia de Michelle.

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