Piauí é um dos estados com maior taxa de internação e morte relacionadas ao álcool

As mortes e internações são causadas principalmente por acidentes de trânsito e doenças do álcool

Em 2020, de acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), o Brasil registrou 31,7 mortes relacionadas ao uso de álcool por 100 mil habitantes. Porém, 16 estados apresentaram uma taxa acima da nacional, entre eles, está o Piauí, com 37,2, sendo o quarto estado da lista. Em relação às internações atribuíveis ao álcool, o país apresentou 155 hospitalizações por 100 mil habitantes e, mais uma vez, alguns estados tiveram índices maiores que o nacional. O Piauí aparece em segundo lugar, com taxa de 201 internações.

Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Bebida alcoólica

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o consumo de álcool é um fator causal em mais de 200 doenças e lesões e pode provocar o desenvolvimento de problemas de saúde comportamentais, cirrose hepática e até câncer.

“Está associado ao risco de desenvolvimento de problemas de saúde, tais como distúrbios mentais e comportamentais, incluindo dependência ao álcool, doenças não transmissíveis graves, como cirrose hepática, alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares, bem como lesões resultantes de violência e acidentes de trânsito”, informa a Opas.

Além das doenças, de acordo com o dossiê “Panorama dos acidentes de trânsito por uso de álcool no Brasil”, o Piauí é o terceiro estado na lista de mortes por acidentes de trânsito associado ao uso de álcool no país. O dossiê é do Cisa, divulgado dia 19 de junho deste ano.

A taxa de óbitos em acidentes de trânsito relacionados ao uso de álcool no Piauí, de acordo com o levantamento, foi de 9,3 por cada 100 mil habitantes, em 2021. Além disso, o estado registrou uma taxa de 85,2/100 mil habitantes das internações relacionadas ao alcoolismo. Essa foi a maior taxa do Brasil.

Doenças provocadas pelo alcoolismo de acordo com o Hospital Santa Rita Ensino e Pesquisa

Desnutrição - o consumo de substância alcoólica causa à redução da capacidade de absorção e afeta negativamente o desenvolvimento nutricional. Devido à grande toxicidade, o álcool tem potencial para lesar órgãos nobres que compõem o trato gastrointestinal e, consequentemente, comprometer funções do fígado e do estômago, por exemplo.

Hepatite alcoólica – doença que causa degeneração no fígado.

Cirrose - pode causar lesões hepáticas irreversíveis. A ingestão frequente de bebidas alcoólicas afeta as funções do fígado. Com o tempo, a perda gradativa das funções contribui para a evolução da cirrose para o estado crônico, que pode levar ao óbito.

Gastrite – caracterizada por uma inflamação que resulta em grande desconforto, dor e deixa a pessoa com dificuldade para alimentar-se. O álcool irrita a mucosa do estômago.

Doenças emocionais - Entre os distúrbios de ordem psicológicas mais comuns entre os consumidores de álcool estão a ansiedade e a depressão.

Comprometimento do cérebro – demência alcoólica, comprometimento do raciocínio e memória, dificuldade de aprendizagem e de outras funções cerebrais.

Foto: Cisa

Doenças relacionadas ao alcoolismo segundo o Centro de informações sobre saúde e álcool (Cisa)

Problemas cardíacos e vasculares – pode causar eventos como arritmias, inflamação do músculo cardíaco (miocardiopatia) e infartos agudos. Assim como as artérias do coração são prejudicas pelo beber pesado e crônico, artérias de outros órgãos do corpo também podem ser afetadas, como as do cérebro, aumentando o risco para o acidente vascular cerebral (AVC).

Pancreatite – quadro inflamatório grave que tem como um dos sintomas dor abdominal intensa. Pode levar ao mau funcionamento do pâncreas de forma irreversível.

Neuropatia periférica – alguns alcoolistas desenvolvem um quadro de deterioração do funcionamento dos nervos dos pés e das mãos que resultam em dormência, formigamento e outras alterações de sensibilidade.

Câncer - o consumo pesado de álcool está associado a vários tipos de câncer, como de boca, esôfago, laringe, estômago, fígado, colón, reto e de mama.

Foto: Cisa
Alcoolismo

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