Vacina contra câncer entra em última fase de teste e apresenta resultado promissor
O tratamento se baseia na mesma tecnologia usada nos imunizantes contra a Covid-19A ciência avança na busca pela cura do câncer, agora com uma nova esperança trazida por vacinas baseadas na mesma tecnologia dos imunizantes usados contra a Covid-19. Um dos estudos mais promissores é conduzido pela University College London, na Inglaterra, e tem como foco o melanoma, um tipo agressivo de câncer de pele. As informações são do G1/Fantástico.
A pesquisa já está na fase 3, última etapa antes de ser disponibilizada ao público, com testes sendo realizados em vários países, incluindo o Brasil. Os detalhes da pesquisa foram apresentados pelo programa Fantástico no último domingo (08/09).
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Entre os voluntários do estudo está Steve, professor e músico de Londres, diagnosticado com melanoma — o tipo de câncer de pele mais letal no mundo. O melanoma, como outros tipos de câncer, resulta da mutação anormal de uma célula no DNA, que faz com que as células cancerosas se multipliquem descontroladamente e enganem o sistema imunológico, tornando-se difíceis de eliminar.
Steve, após receber o diagnóstico, decidiu participar do estudo e já tomou cinco doses da vacina. A expectativa é que a pesquisa seja concluída até 2030.
De acordo com a oncologista Heather Shaw, coordenadora do estudo no Reino Unido, a vacina é personalizada para cada paciente. Ela explicou ao Fantástico que o processo funciona através da comparação entre o DNA do tumor e amostras de sangue do paciente, o que permite identificar as falhas genéticas presentes nas células cancerígenas.
Com base nessa comparação, um programa de computador identifica as estruturas das células cancerosas que são mais visíveis ao sistema imunológico, chamadas de neoantígenos. Esses neoantígenos são defeitos que denunciam que a célula é cancerígena e precisa ser atacada.
“O objetivo da vacina é ensinar o organismo a identificar esses alvos e como ela é personalizada, a gente seleciona até 30 alvos diferentes do tumor do paciente. Cada um desses alvos tem um código genético e a cópia desse material é colocada na vacina. é assim que funciona a técnica do RNA mensageiro – que foi muito usada na pandemia”, detalhou Shaw ao Fantástico.
Além de ser uma forma de combater diretamente o câncer, a vacina deve causar efeitos colaterais muito mais leves em comparação com a quimioterapia, oferecendo uma alternativa menos agressiva para os pacientes.
A tecnologia não se limita ao melanoma. Ela também está sendo testada para tratar outros tipos de câncer, como o de intestino. No caso desse tipo de tumor, o estudo encontra-se na fase 2 de testes e está em andamento em um hospital de Birmingham. A pesquisa é liderada pela oncologista Victoria Kunene, que, assim como seus colegas, aposta no potencial revolucionário dessas vacinas personalizadas para enfrentar uma das doenças mais mortais do mundo.
"É um estudo global, tem vários países participando, já recrutamos até agora mais de 2 mil pacientes”, diz Kunene, “Houve um salto tecnológico, e essa possibilidade de uma vacina personalizada é brilhante”, comemora a médica.