Saiba quem era Pacovan, agiota morto a tiros no interior do Maranhão
Empresário foi morto em Zé Doca na tarde da última sexta-feira (14)A morte do empresário Pacovan, na tarde dessa sexta-feira (14/06), em Zé Doca, teve enorme repercussão em todo o Maranhão. Afinal, Pacovan era uma figura conhecida em todo o estado. Sobre o crime, ele estava em seu posto Royce (antigo ‘Cavalo de Pau’), ‘adquirido’ de um empresário paraense, quando dois homens encapuzados (com um terceiro ao volante) desceram de um fiat Siena preto e abriram fogo contra a vítima, que no momento conversava com o seu motorista/segurança no depósito do estabelecimento, de costas para a rua.
Pacovan foi atingido com mais de 10 disparos e morreu antes mesmo de chegar ao hospital da cidade. O motorista foi baleado na barriga e está fora de perigo. Bem, saber exatamente como andam as investigações, mas, podem anotar, será uma execução de difícil elucidação, cometida por profissionais. Ali não teve nada de amador. Após crivarem Pacovan de tiros, os executores rumaram para uma estrada vicinal, no bairro Pachiúba, onde incendiaram o Siena e entraram em outro carro, fugindo em alta velocidade.
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Essa estrada leva a um rio que, basta atravessar, já estará no estado do Pará, rota que provavelmente deve ter sido utilizada pelos matadores. Não será fácil identificar os executores, muito menos o(s) autor(es) intelectual(ais) do crime. Não cabe aqui ao Dr. Pêta enumerar os inúmeros casos que envolvem Pacovan, que chegou a ser preso sete vezes após denúncias de ameaças de morte.
Numa delas, ficou recolhido 78 dias ao xadrez, inclusive na companhia do ex-prefeito de Bacabal Raimundo Lisboa. Uma das denúncias envolveu o ex-prefeito Eudes Sampaio, de São José de Ribamar, que o acusou de ameaçá-lo de morte e acabou levando o empresário à prisão. Devido aos negócios que realizava, o que deram a ele a ‘pecha’ de agiota, Pacovan tinha muitos problemas com ‘clientes’ que pegavam dinheiro emprestado com ele, não pagavam e perdiam bens dados como garantia.
O empresário chegava a fazer cobranças de forma contundente. A lista de ‘clientes’ é grande; daí a dificuldade para a Polícia elucidar a execução. Na lista de devedores do empresário figura, inclusive, um parente de auxiliar de governo que, nos últimos meses, Pacovan chegou a procurar ao menos três vezes em um dos setores da Assembleia Legislativa. E de forma incisiva. Fora ele, uma extensa lista de pessoas que deviam o empresário e que tinham problemas com ele.
Há dois anos, numa entrevista ao programa ‘Leriado’, apresentado por Marcelo Minardi , Pacovan contou como chegou ao Maranhão. Natural do município de ‘João Alfredo’, em Pernambuco, Josival Cavalcante da Silva (Pacovan) era leiteiro e trabalhava para um tio seu, ganhando o equivalente hoje a 500 reais por mês. Saiu de João Alfredo e foi morar de favor em Recife, na casa de uma tia. Depois de algum tempo, “deu um estalo e decidi morar em São Luís”, disse Pacovan na entrevista. Decidido, pegou carona em um caminhão carregado de repolho e foi para Caruaru (PE), em cima da carga. Dois dias de viagem depois, chegou em São Luís e desceu na Ceasa, sem conhecer ninguém. Como estava ajudando a descarregar o repolho, logo se tornou ‘empregado’ do dono do caminhão. No dia que chegou, pediu um prato de comida, fiado, lá mesmo na Ceasa, e disse ao dono do quiosque que pagaria com o que recebesse pelo descarregamento do repolho. E foi ali que Pacovan se entrosou e conseguiu chegar onde chegou, chegando a comprar 12 boxes, por meio de cooperativa. Esse foi o começo da história do homem que teve a sua vida e os seus negócios interrompidos nessa sexta-feira, 14, ao ser executado em plena luz do dia por dois pistoleiros de aluguel. O empresário era casado com ‘Edna Pacovan’ e tinha dois filhos: Josival e Joyce. A Polícia está se desdobrando para elucidar o crime.
(Com texto e informações da coluna do Dr. Pêta)