Jornalista Manuel Dutra, ícone da comunicação da Amazônia, morre aos 79 em Belém
Referência na imprensa amazônica, ele lutava contra um câncer no fígado descoberto há poucas semanas
Morreu na manhã deste domingo (11), em Belém (PA), o jornalista e pesquisador Manuel José Sena Dutra, aos 79 anos. Natural da comunidade de Boim, na região de várzea de Santarém, no oeste do Pará, Dutra estava internado na capital paraense após agravamento de um câncer no fígado, diagnosticado recentemente.
A notícia foi confirmada por amigos próximos e colegas de profissão, como o jornalista Jota Ninos, que vinha acompanhando de perto o estado de saúde de Dutra. De acordo com ele, os primeiros sintomas apareceram há cerca de três semanas. Os exames indicaram um câncer hepático já em estágio avançado. Com a rápida progressão da doença e o comprometimento do fígado, não foi possível iniciar o tratamento.
Segundo a família, Dutra havia manifestado o desejo de ser cremado. Suas cinzas deverão ser lançadas nas águas do rio Tapajós, local de sua infância e símbolo de sua luta em defesa da Amazônia.
Trajetória
Com mais de cinco décadas dedicadas ao jornalismo, Manuel Dutra é reconhecido como uma das vozes mais respeitadas da comunicação na região Norte do Brasil. Foi vencedor de três edições do Prêmio Esso de Jornalismo na Região Norte, em 1988, 1990 e 1994 por reportagens investigativas que denunciaram impactos ambientais causados por garimpos e pela poluição nos rios amazônicos.