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Lula levará compromissos ambientais de jovens para a COP30

A carta contém os compromissos construídos coletivamente durante a conferência
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira (8), ao participar da 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, que levará aos chefes de Estado na conferência do clima os compromissos das crianças e adolescentes com a proteção ao meio ambiente. Lula parabenizou o protagonismo dos estudantes e defendeu que a educação para o clima deve ser sistematizada nas escolas.

“[Temos que] fazer com que a educação do clima não seja uma coisa eventual, que ela faça parte do nosso dia a dia, que ela faça parte da nossa cultura sistematizada. Isso aqui é um exemplo”, disse no evento, na cidade de Luziânia, em Goiás, no entorno do Distrito Federal. A conferência vai até 10 de outubro.

Este ano, a conferência discute educação e justiça climática e faz parte do movimento de preparação do país para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre em novembro, em Belém, no Pará. O ponto de vista das crianças e dos adolescentes será levado ao Balanço Ético Global (BEG), espaço de engajamento social da COP30.

Foto: Ricardo Stuckert / PRLula levará compromissos ambientais de jovens para a COP30
Lula levará compromissos ambientais de jovens para a COP30

“Vocês estão fazendo uma pequena revolução nesse país”, disse Lula sobre a carta entregue a ele pelos estudantes. 

“Nós vamos ter a reunião dos chefes de Estado na cidade de Belém, e eu quero entregar uma carta dessa para cada presidente de país estrangeiro que chegar aqui no Brasil. Eu quero que eles saibam o grau de maturidade política do nosso jovem”, se comprometeu o presidente.

A carta contém os compromissos construídos coletivamente durante a conferência. Entres eles estão:

“Assumimos que não existem problemas ambientais, mas sim apenas sintomas ambientais dos problemas causados pelos seres humanos”;

“Por isso, nos comprometemos a apoiar a luta e resistência de povos indígenas, comunidades quilombolas, agricultores familiares, pois são essenciais, para qualquer transformação social e ambiental, as suas tecnologias ancestrais”;

“Proteger as pessoas e toda a vida do planeta com equidade, igualdade e inclusão. Justiça climática não é só sobre o meio ambiente ou o clima”;

“Ampliar a nossa capacidade de prevenção de riscos, assumindo que a consciência das diferentes vulnerabilidades nos torna mais humanos, verdadeiros e potentes para lidar com os impactos dos desastres climáticos”;

“Resistir a um sistema que força as pessoas a competirem por poder e dinheiro gerando desigualdades e preconceitos, como o racismo, a homofobia, a exclusão, a intolerância religiosa, o racismo ambiental, entre outras diversas formas de discriminação”.

O presidente ainda destacou a importância de criar incentivos e facilidades, inclusive por parte do governo, para que os jovens conheçam as riquezas naturais do Brasil. 

“É assim que a gente desenvolve uma consciência de nação, uma consciência de cidadãos, uma consciência de soberania sobre o seu território, sobre as suas coisas”, afirmou.

“Por que a gente não pega as nossas crianças e a gente faz um turismo pelo Rio Amazonas? Pelo Rio Tapajós, pelo Rio Solimões. Por que a gente não leva as nossas crianças para conhecer a riqueza do Pantanal? Isso é turismo. Isso é desenvolvimento de conhecimento, é fazer com que a gente possa crer, ver aquilo que é nosso, aquilo que nos é útil”, defendeu Lula.

Compromisso

Idealizadora da primeira conferência, realizada em 2003, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou o comprometimento dos estudantes com as mudanças que precisam ser feitas para o equilíbrio climático. 

“Em vez de dizer para o presidente o que ele deve fazer, vocês sempre dizem o que vocês estão fazendo e o que vocês estão comprometidos em fazer”, disse.

“As crianças, os adolescentes, são as melhores mensagens que nós podemos enviar para o futuro. Vocês são as mensagens que estão sendo enviadas para o futuro. Porque, como vocês disseram, o futuro é agora, e para que esse futuro seja justo, democrático, sustentável, é fundamental que a gente tenha um ecossistema saudável”, acrescentou.

A conferência infantojuvenil é um processo de mobilização que convida as escolas a desenvolverem jornadas pedagógicas, por meio de pesquisas e produção de conhecimentos, para o enfrentamento às mudanças do clima, engajando crianças e adolescentes na transformação dos seus territórios e comunidades escolares.

Desde o primeiro semestre, foram mobilizadas 8.732 escolas, em 2.307 municípios, sendo que 1.293 escolas estão em áreas de risco socioambiental e 158 atendem estudantes com deficiência (PCDs). 

O Ministério da Educação ainda contabiliza o envolvimento de 1.478 escolas da zona rural, 186 indígenas e 139 quilombolas, de todos os estados e do Distrito Federal.  

O evento em Luziânia conta com cerca de 800 pessoas de todo o país, entre delegados infantojuvenis de 11 a 14 anos de idade; professores, acompanhantes e representantes das comissões organizadoras estaduais. 

Ao longo de cinco edições, de 2003 a 2018, a conferência envolveu mais de 20 milhões de pessoas, incluindo crianças, adolescentes, jovens, professores, gestores da educação e do meio ambiente. Ela é organizada pelos ministérios da Educação e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

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