O Conecta Podcast recebeu a coronel da Polícia Militar do Piauí (PM-PI) Elizete Lima, figura marcante que representa a presença feminina nas forças policiais do Piauí. Durante a conversa, Elizete contou detalhes sobre sua trajetória de vida, momentos mais marcantes e maiores desafios de sua carreira. A entrevista foi conduzida pela jornalista Eugênia Reis.

Foto: Conecta Piauí

Coronel Elizete Lima fala sobre carreira e desafios no Conecta Podcast

Com uma longa e bem destacada carreira militar, coronel Elizete é questionada se esse era um sonho que vinha de família. "Na verdade eu sou a única militar da família. Quando passei no concurso, meu pai passou um ano sem falar comigo! Ele não queria. Eu estava na metade do curso de direito quando surgiu o concurso da PM, eram apenas três vagas para oficial feminino. Fiz o concurso e, ao contrário do que muitos pensavam, passei em primeiro lugar. Foi também por necessidade que ingressei na polícia, pois precisava passar em um concurso por estabilidade", conta Elizete.

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Ela comenta que lembra bem da primeira vez em que algemou um infrator, e que percebeu ali que a prisão não é a chave para a resolução dos problemas da segurança pública. "A primeira vez que algemei alguém foi em Picos e, ao contrário do que se pode pensar, não gostei. Lembro do primeiro dia que tirei serviço, coloquei a farda, pistola de um lado e do outro, entrei na viatura e pensei 'Agora vou mudar o mundo!', achando eu que, prendendo, ia resolver o problema da segurança pública", narra.

"Quando algemei o jovem, de 19 anos, destruído pelas drogas, tive a curiosidade de perguntar por que que ele havia roubado aquele objeto que pertencia a alguém próximo a ele. Ele olhou pra mim e disse que estava devendo a traficantes e que, se não pagasse, seria morto. Naquele momento, há mais de 20 anos eu percebi que, se prendesse aquele infrator, eventualmente ele iria cumprir uma pena, mas não iria resolver. E vi também o vínculo que existe entre a droga e a criminalidade", conclui a coronel.

Veja o vídeo: