Ozempic: revolução no tratamento ou risco? Tudo o que você precisa saber
O medicamento tem ganhado destaque no tratamento do diabetes tipo 2 e no auxílio à perda de pesoO Ozempic, medicamento cujo princípio ativo é a semaglutida, tem ganhado destaque tanto no tratamento do diabetes tipo 2 quanto no auxílio à perda de peso. Inicialmente aprovado para controle glicêmico, estudos recentes apontam benefícios adicionais, como a redução de eventos cardiovasculares, ampliando seu potencial terapêutico.

Eficácia e segurança
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Pesquisas demonstram que o uso de semaglutida pode levar à perda de aproximadamente 15% do peso corporal em pacientes obesos. Contudo, a interrupção do tratamento tende a resultar na recuperação de parte desse peso, indicando a necessidade de um acompanhamento contínuo.
Além disso, estudos recentes sugerem uma possível associação entre o uso do Ozempic e um risco aumentado de neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NAION), uma condição ocular rara que pode levar à perda súbita de visão. Embora esses achados sejam preliminares, autoridades de saúde estão avaliando a relação para garantir a segurança dos pacientes.
Uso e cuidados
O Ozempic é aplicado por injeção subcutânea, geralmente uma vez por semana, no abdômen, coxa ou braço. A dose inicial é baixa e aumenta gradualmente, conforme orientação médica. Para evitar efeitos colaterais como náuseas e diarreia, é essencial seguir a prescrição. O uso indevido pode causar hipoglicemia e outros problemas, sendo contraindicado para pessoas com histórico de pancreatite ou distúrbios da tireoide sem acompanhamento médico.
Disponibilidade e acessibilidade
No Brasil, a semaglutida está registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sob o número 1176600360069, com status válido.
A patente do medicamento está prevista para expirar em 2026, o que permitirá a produção de versões genéricas e possivelmente tornará o tratamento mais acessível financeiramente.
Empresas farmacêuticas nacionais, como a EMS, já receberam autorização da Anvisa para fabricar versões do medicamento, com previsão de lançamento em 2025.
Incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS)
O Ministério da Saúde do Brasil está avaliando a inclusão da semaglutida no SUS para tratamento de diabetes e obesidade. Uma solicitação foi recebida em dezembro de 2024, e a análise pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) está em andamento, com previsão de conclusão no primeiro semestre de 2025.
Anteriormente, em 2023, um pedido semelhante foi negado devido ao alto custo estimado de R$ 12,6 bilhões em cinco anos. No entanto, a proximidade do vencimento da patente e a possibilidade de versões genéricas podem viabilizar a incorporação futura do medicamento ao SUS.
Considerações
O Ozempic representa um avanço no manejo do diabetes tipo 2 e da obesidade, oferecendo benefícios clínicos relevantes. Entretanto, é essencial que seu uso seja orientado por profissionais de saúde, considerando tanto os benefícios quanto os potenciais riscos associados ao tratamento. A ampliação do acesso ao medicamento, seja por meio de versões genéricas ou de sua inclusão no SUS, poderá impactar positivamente a saúde pública no país.