Em Pauta

Piauí tem quase 200 mil moradores em favelas, mas com melhor estrutura, diz IBGE

No estado, 83,9% dos moradores dessas áreas vivem em ruas com calçadas

Quase 200 mil pessoas vivem em favelas e comunidades urbanas no Piauí. O número, que por si só já impressiona, ganha novos contornos quando analisado em profundidade: apesar do desafio social evidente, as favelas piauienses se destacam pela infraestrutura acima da média nacional. É o que mostra a Pesquisa Urbanística do Entorno de Domicílios, realizada pelo IBGE no Censo 2022.

No estado, 83,9% dos moradores dessas áreas vivem em ruas com calçadas, trata-se do maior índice do Brasil. Em comparação, a média nacional entre moradores de favelas é de 53,5%. Ainda assim, existe uma diferença dentro do próprio Piauí: fora das favelas, 93,28% dos moradores têm esse benefício. Uma distância de 9,38 pontos percentuais.

Calçadas são mais do que uma faixa de concreto. São segurança para quem anda a pé, acessibilidade para quem precisa e saúde pública para todos. E, no Piauí, elas chegam a mais lares vulneráveis do que em qualquer outro estado.

O mesmo cenário se repete na pavimentação. Quase nove em cada 10 moradores de favelas piauienses (88,44%) vivem em vias pavimentadas, o segundo maior índice do país. O número supera com folga a média brasileira, mas ainda fica atrás da realidade fora das áreas mais pobres, onde o índice atinge 95,48%.

Outro dado que mostra a força da infraestrutura básica no estado: 90,71% das pessoas que vivem em favelas no Piauí moram em ruas com capacidade para o tráfego de ônibus e caminhões, novamente o segundo maior índice do Brasil. Essa condição facilita a chegada de ambulâncias, bombeiros, coleta de lixo, transporte público e serviços essenciais. Fora das favelas, o indicador é de 96,55%.

Apesar desses pontos positivos, o número absoluto de pessoas vivendo em favelas no Piauí ainda é alto: 199.044 habitantes em 2022. O estado aparece como o 14º do país e o 6º do Nordeste em população residente nessas áreas. Para efeito de comparação, São Paulo concentra 3,6 milhões de moradores em favelas; Rio de Janeiro, 2,1 milhões; e o Pará, 1,5 milhão.

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