O Brasil está enfrentando, atualmente, a mais intensa seca da história recente, conforme levantamento feito pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden). Os dados mostram que, pela primeira vez, a estiagem afeta o país de forma generalizada, por toda a sua extensão. A única exceção é o Rio Grande do Sul. E o cenário é mais preocupante no Piauí, onde mais da metade está em situação de emergência. 

Essa semana, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, reconheceu o decreto de emergência solicitado por 106 cidades piauienses. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União e, somado com oito decretos que já estavam em vigor, o Estado passou a ter 114 cidades nessa condição. O número só é menor que o registrado em Minas Gerais, onde 135 municípios solicitaram a emergência. 

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Entretanto, a situação é mais complicada no Piauí tendo em vista que os 114 decretos representam 50,9% do total. Já em Minas Gerais, os decretos representam apenas 15,8% das cidades. Isso sem falar, que muitos municípios piauienses, também, estão enfrentando altas temperaturas alinhadas com baixa umidade relativa do ar. Tem cidade com menos de 10% do índice, ou seja, clima só sentido em desertos. 

Diante desse quadro, e já prevendo essa situação, o Governo do Piauí tem intensificado o acompanhamento da situação da seca em todo o estado. O trabalho é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas que auxiliam os piauienses que sofrem com os impactos das secas. Esse controle é realizado por meio da Sala de Monitoramento e Previsão de Eventos Climáticos Extremos e em colaboração com o Monitor de Secas do Brasil, coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

Por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), o Governo participa como colaborador do Monitor de Secas desde a sua implantação, em 2013. Os dados levantados pelo programa mostram a situação a cada mês e permitem conhecer a evolução da seca para definir as medidas que precisam ser adotadas. Para monitorar essa evolução da seca, a Sala de Monitoramento, ligada à Semarh, incorpora conhecimentos técnicos e científicos, tecnologia de ponta e parceria com instituições nacionais.

Sara Cardoso, coordenadora da Sala de Monitoramento da Semarh, ressalta a importância desse acompanhamento para a implementação de ações que atendam a população afetada pelas secas. “O Governo do Piauí, a exemplo, utiliza o monitoramento na Operação Água e Vida, um plano de contingência realizado em todo o estado para minimizar os efeitos da seca sobre as diversas atividades humanas, bem como diminuir seus impactos, garantindo o bem-estar da população”, exemplifica.

A Semarh também está trabalhando na atualização do Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação da Seca, para uma melhor adequação às comunidades locais das ações de combate. Recentemente, realizou Audiência Pública na cidade de Picos, com discussões e proposições de ações estratégicas para o plano, com o objetivo de minimizar os riscos da desertificação no estado.

Resultados consolidados e divulgados por meio do Mapa do Monitor de Secas demonstram que, entre junho e julho, a área com seca teve um aumento no Piauí, onde subiu de 51% para 66% no estado. É a maior área com seca no estado desde os 73% registrados em janeiro de 2024.

A seca se intensificou no Piauí entre junho e julho com o avanço da seca moderada de 14% para 16% do estado. É a condição mais severa desde março deste ano, quando houve seca moderada em 19% do território piauiense. A severidade da seca divide-se em seis categorias, das quais o Piauí possui atualmente: 119 municípios sem seca relativa; 113 municípios com seca fraca; 19 municípios com seca moderada e nenhum município com seca grave, extrema ou excepcional.

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