Com menos de 2,4 mil moradores, Olho D’Água do Piauí completa 30 anos de emancipação em 2025 com um presente inusitado: é a cidade brasileira com mais celulares por habitante. Segundo a Anatel, cada morador tem, em média, três aparelhos — o triplo da média nacional.

Foto: Conecta Piauí

Celulares

Apesar de pequena e sem economia própria, o município lidera o ranking ao lado de Iomerê (ES). Um dos motivos, segundo a prefeitura, foi a pandemia: muitas famílias compraram celulares para que os filhos assistissem às aulas remotas.

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No Piauí, nenhuma outra cidade chega perto. Teresina, por exemplo, tem média de 118 celulares por 100 habitantes. Já Olho D’Água tem 300 para cada 100 moradores. Um número gigante para uma cidade tão pequena.

Enquanto o Brasil soma 264 milhões de celulares ativos (101,7 por 100 habitantes), Olho D’Água ultrapassa com folga essa densidade. Em números absolutos, Teresina lidera no estado, com quase 1 milhão de aparelhos, mas na média por habitante, a capital aparece apenas na quinta posição, atrás de Picos, Floriano, Marcolândia e da líder, Olho D’Água.

“Interessante essa pesquisa. Eu não sabia. Mas é verdade, tem muita gente aqui com celular, principalmente depois da pandemia”, diz Daiane Leal, filha do prefeito. Ela lembra que, entre 2020 e 2021, muitos pais compraram celulares para garantir o acesso dos filhos às aulas remotas durante a crise sanitária.

A secretária de Saúde, Antônia Lima, confirma: “Quase todas as casas têm pelo menos um aparelho. E hoje vemos crianças com celular próprio, algo que não era comum antes.” Segundo ela, a prefeitura tem feito reuniões com pais nas escolas para alertar sobre o uso excessivo de celulares entre os alunos.

No Piauí, só dez das 224 cidades têm mais de um celular por habitante. Em contrapartida, há municípios como São Luís do Piauí e Wall Ferraz, onde apenas uma em cada dez pessoas possui um aparelho.

Com média estadual de 85 celulares por 100 habitantes, o Piauí é o penúltimo do ranking nacional — à frente apenas do Maranhão. No topo estão o Distrito Federal e São Paulo, com 119 aparelhos por 100 pessoas.