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Piauí diminui a fome, mas 4 em cada 10 famílias ainda não têm o que comer

No Piauí, em 2023, cerca de 42% dos domicílios apresentavam algum grau de insegurança alimentar
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A fome diminuiu no Piauí. Em cinco anos, cerca de 400 mil pessoas que vivem no Estado saíram dessa condição. Porém, quase a metade das famílias piauienses ainda enfrenta algum tipo de insegurança alimentar. Conforme dados do IBGE, divulgados essa semana, de cada dez famílias do Piauí quatro ainda enfrentam, todos os dias, o desafio de colocar comida no prato.

No Piauí, em 2023, a PNAD Contínua, do IBGE, registrou que a população residente em cerca de 42% dos domicílios, apresentavam algum grau de insegurança alimentar. É ainda o quinto maior indicador do Brasil, 14,4 pontos percentuais acima da média nacional (27,6%), e 3,3 pontos percentuais acima da média da região Nordeste (38,7%). 

Foto: ReproduçãoIndicadores de insegurança alimentar
Indicadores de insegurança alimentar

Dentre os estados, os maiores indicadores de insegurança alimentar foram de Sergipe, com 49,2%, e do Pará, com 47,7%. Os menores indicadores foram os de Santa Catarina, com 11,2%, e o do Paraná, com 17,9%. Os resultados do módulo de Segurança Alimentar, inserido na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua  2023, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. 

Todos os dados para este estudo foram obtidos a partir da aplicação das perguntas componentes da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar – EBIA em módulo específico da pesquisa. Esta é a quinta série de resultados sobre o tema, sendo as anteriores disponibilizadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, nas edições de 2004, 2009 e 2013, e pela Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF na edição de 2017-2018. 

Conceitualmente, a “segurança alimentar” reflete o pleno acesso dos moradores dos domicílios aos alimentos, tanto em quantidade suficiente como em qualidade adequada. Nas circunstâncias de acesso pleno, a pessoa entrevistada na pesquisa do IBGE sequer relata preocupação ou iminência de sofrer qualquer restrição alimentar no futuro próximo. 

Por sua vez, a “insegurança alimentar” reflete a insuficiência do acesso aos alimentos nos domicílios, seja em quantidade como em qualidade, e pode ser classificada em três diferentes graus. De acordo com os graus de insegurança alimentar, a PNAD Contínua do IBGE registrou no Piauí, em 2023, de 27,2% dos domicílios do estado estavam com um grau leve de insegurança, enquanto que 8,7% dos domicílios com grau moderado e 5,4% com grau grave.

Foto: ReproduçãoIndicadores de insegurança alimentar
Indicadores de insegurança alimentar

Somando-se a proporção de domicílios com grau moderado e grave no Piauí, tínhamos que 14,1% dos domicílios estavam em situação de mais efetiva insegurança alimentar. Em termos de Brasil, a pesquisa registrou que cerca de 18,2% dos domicílios estavam com um grau leve de insegurança, enquanto que 5,3% dos domicílios com grau moderado e 4,1% com grau grave. 

Dentre os estados da federação, considerando-se o somatório de insegurança alimentar dos graus moderado e grave, aquele que apresentou maior indicador foi o Pará (20,3%), seguido de Sergipe (18,7%). Os menores indicadores ficaram com Santa Catarina (3,1%) e Paraná (4,8%). O Piauí ficou com quase 10% quando se somam os dois percentuais. 

Já a classe com os maiores rendimentos, especificamente com rendimento mensal domiciliar per capita acima de 2 salários-mínimos, responde apenas por 2,6% dos casos de insegurança alimentar moderada ou grave, mesmo contendo mais de 1/5 da população (21,1%). Situação semelhante pode ser observada para os casos de insegurança alimentar em geral que inclui a insegurança leve, moderada ou grave.

Foto: ReproduçãoMais de 24 milhões de pessoas saíram da situação de fome no Brasil em 2023
Mais de 24 milhões de pessoas saíram da situação de fome no Brasil em 2023

Juntas, as três primeiras classes concentram quase ¾ dos casos de insegurança alimentar (72,8%). Já a última classe responde por apenas 5,6% dos casos de insegurança alimentar.

Tais resultados retratam a relação da renda com a insegurança alimentar, segundo a qual os baixos rendimentos estavam fortemente associados à maior incidência de insegurança alimentar e, em especial, das situações moderada ou grave. Já os domicílios com rendimento médio domiciliar per capita acima de 2 salários-mínimos foram menos propensos a reportar insegurança alimentar

 

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