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Piauí tem queda de sindicalizações, mas ainda possui maior percentual do país

O índice, inclusive, é mais que o dobro do nacional
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O Piauí fechou o ano passado com 1,260 milhão de profissionais ocupados, ou seja, atuando de forma regular no mercado de trabalho. O dado é do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que divulgou, também, que 17,6% desse público era sindicalizado. Trata-se do maior percentual do país. O índice, inclusive, é mais que o dobro do nacional.

Foto: ReproduçãoPiauí tem queda de sindicalizações, mas ainda possui maior percentual do país
Piauí tem queda de sindicalizações, mas ainda possui maior percentual do país

A quantidade exata de trabalhadores piauienses sindicalizados é de 223 mil pessoas, 92 mil a menos do que o registrado em 2022. Apesar da redução, o Piauí manteve a liderança, seguido por Distrito Federal (13,5%), Rio Grande do Sul (13,5%) e o Maranhão (12,5%). Esses foram os únicos com taxas de dois dígitos. No país, o índice ficou em 8,4%, com 8,4 milhões de sindicalizados. 

Em 2023, o indicador de mulheres sindicalizadas no Piauí era de 22,5%, enquanto de homens era de 16,2%, inferior ao das mulheres em 6,3 pontos percentuais. No Brasil o indicador quanto ao sexo da pessoa sindicalizada estava mais equilibrado, sendo de 9,3% para as mulheres e de 9,1% para os homens. 

Foto: ReproduçãoPiauí tem queda de sindicalizações, mas ainda possui maior percentual do país
Piauí tem queda de sindicalizações, mas ainda possui maior percentual do país

Para o IBGE, um dos fatores que podem ter acelerado essa queda ao longo dos anos foi a implementação da reforma trabalhista, de 2017, que tornou facultativa a contribuição sindical. “Nos últimos anos, há cada vez mais trabalhadores inseridos na ocupação de forma independente, seja na informalidade ou até mesmo por meio de contratos flexíveis, intensificados pela reforma trabalhista”, analisa a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

A pesquisadora também destaca a queda da sindicalização na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais. “Nessa atividade, tem sido crescente a participação de contratos temporários, principalmente no segmento da educação fundamental, provida pela administração municipal”, pontuou. 

O grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi o terceiro que mais reduziu a sua taxa de sindicalização desde o início da série histórica da pesquisa, com queda de 10,1 pontos percentuais (de 24,5% para 14,4%). Nessa comparação, ficou atrás apenas dos setores de transporte, armazenagem e correio, com -12,9 p.p. (de 20,7% para 7,8%) e indústria geral, com -11,0 p.p. (de 21,3% para 10,3%).

Os pesquisadores analisam que a queda na taxa de sindicalização da atividade de transportes e armazenagem pode estar relacionada ao crescimento do trabalho informal nessa atividade, com o aumento de ocupados no transporte de passageiros, como, por exemplo, os motoristas por aplicativo. A taxa de sindicalização também caiu na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, atividade que historicamente tem grande participação dos sindicatos de trabalhadores rurais, passando de 22,8%, em 2012, para 15,0%, em 2023.

Por outro lado, o comércio, setor que absorve 18,9% do total de ocupados do país, tem taxa de sindicalização de 5,1%, abaixo da média nacional (8,4%). De acordo com a publicação, esse resultado mostra que nem sempre essa associação acompanha o número de trabalhadores de uma atividade, mas guarda relação também com a forma como eles se organizam e com a atuação dos sindicatos nas relações trabalhistas.

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