Até maio deste ano, as forças de segurança do Piauí colocaram atrás das grades mais de 1,8 mil pessoas por meio de ordem judicial. Isso equivale a um cumprimento de mandado de prisão a cada duas horas no Estado. O dado é do Sinesp, que é o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, e representa um aumento de 53% em relação ao mesmo período de 2023. O índice, inclusive, foi o segundo maior do país, atrás apenas da Paraíba (115%).

Foto: Reprodução

A cada duas horas, uma pessoa é presa por ordem judicial no Piauí

O mês de abril foi o que registrou o maio volume de mandados cumpridos, um total de 447. Teresina, Parnaíba e Altos foram as cidades com o maior número de prisões por ordem judicial. Outros 70 municípios registraram pelo menos uma prisão. No entanto, mesmo com números tão positivos para a secretária de Segurança Pública do Piauí e bem superiores aos registrados no ano passado, o índice de mandado de prisão em aberto continua grande. 

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Estatísticas do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), ferramenta ligada ao Conselho Nacional de Justiça, mostram que o Piauí tem mais de 4,8 mil mandados de prisão em aberto, sendo 13,3% deles de pessoas consideradas foragidas. O número ainda é tão grande que ele representa mais de 71% da população carcerária piauiense, que é de 6.777 detentos recolhidos em penitenciárias e distritos policiais. 

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Uma pessoa é presa por ordem judicial a cada 2 horas no Piauí, aponta relatório

Ou seja, o Piauí tem atualmente mais mandados de prisão em aberto do que vagas disponíveis no sistema prisional. Para piorar ainda mais o quadro, o número de mandados é quase um terço maior que o total de déficit de vagas no sistema carcerário do Piauí. De acordo com o Depen, que é o Departamento Penitenciário Nacional, o Estado conta atualmente com 3.134 vagas em presídios, quando existem mais de 6,7 mil pessoas recolhidas. 

Os dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam, porém, que o problema não é exclusividade do Piauí. O Brasil conta com 330 mil mandados de prisão em aberto. O número do déficit de vagas do sistema prisional calculado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em contrapartida, é de 191.799.A análise dos números, portanto, pode responder um dos fatores pela superlotação dos presídios no país.

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