Floriano: onde a fé, a história e a educação deram origem à Princesa do Sul

Piauí, orgulho que a gente sente e celebra!

O coração de Floriano pulsa em frente à Catedral São Pedro de Alcântara, um dos marcos da fé e da arquitetura piauiense. Conhecida como Princesa do Sul, a cidade guarda riquezas que vão além da religiosidade, sendo um importante berço histórico e econômico do Piauí. Sua origem remonta ao período colonial, quando surgiram as primeiras fazendas de gado que impulsionaram o desenvolvimento da pecuária na região.

Ao contrário da maioria das cidades brasileiras, que nasceram ao redor de igrejas, Floriano tem uma história diferente. O professor Djalma Nunes explica que o município surgiu a partir de um centro de ensino e que esse fato marca a identidade do lugar.

“O que diferencia Floriano é que ela surgiu a partir de uma escola, o Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara. Esse prédio é o marco zero da cidade, criado por decreto assinado pelo imperador Dom Pedro II. O local foi escolhido por Francisco Parente, que percorreu o Rio Parnaíba e encontrou uma região geográfica ideal para o crescimento do município”, afirma o professor.

A escolha estratégica às margens do Rio Parnaíba fez de Floriano um ponto de integração econômica, facilitando o transporte de mercadorias e impulsionando o comércio regional. Com o tempo, a cidade se consolidou como um centro de desenvolvimento e referência na formação educacional do estado.

Outro marco na construção da identidade florianense foi a chegada dos imigrantes árabes, entre o final do século XIX e o início do século XX. Eles trouxeram novos costumes, valores e uma forte influência econômica e cultural que transformou o cotidiano local. Salomão Oka é descendente árabe e destaca a importância dessa contribuição.

“Os árabes chegaram a Floriano enfrentando dificuldades com o idioma, mas logo se firmaram como comerciantes e mascates. Criaram uma rua só de comércios árabes, a Rua São Pedro, que era como uma 25 de Março em São Paulo. Eles introduziram o sistema de vendas a prazo e palavras que usamos até hoje, como ‘fatura’ e ‘promissória’. Essa forma de negociar fortaleceu a economia da cidade e de todo o Piauí”, explica a Salomão.

Além do comércio, os imigrantes influenciaram a gastronomia e o modo de vida dos moradores. A fusão cultural deu origem a expressões que se tornaram típicas da cidade, como o “folclore da esfirra com cajuína”, em referência à mistura entre tradições árabes e piauienses.

Hoje, Floriano mantém vivo o legado deixado por seus fundadores, educadores e imigrantes. Entre fé, história e cultura, a cidade se consolida como símbolo de desenvolvimento e diversidade no Piauí, preservando com orgulho as raízes que moldaram sua identidade ao longo dos séculos.