Delegados detalham prisões de PMs e funcionários por arrombarem agências no Piauí
Os envolvidos se utilizavam dos cargos para facilitar informações privilegiadas aos criminososDelegados da Polícia Federal detalharam a prisão de dois policiais militares do Piauí e funcionários presos nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (25/04), durante a deflagração da Operação Subversivos, que investiga uma série de arrombamentos a agências da Caixa Econômica Federal no estado. A ação contou com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e da Corregedoria da Polícia Militar do Piauí.

Foram detidos os cabos da PM-PI Fabrício de Sousa Vanderley e Hermes Ferreira de Andrade Filho. Durante o cumprimento do mandado de prisão, Hermes chegou a destruir seu aparelho celular, numa tentativa de obstruir a investigação. Conforme o coronel New Marcos, Corregedor-geral da PM-PI, os integrantes da corporação podem ser exclusos da corporação.
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“A corregedoria agora abrirá processos administrativos internos que poderiam culminar com a exclusão desses elementos da nossa corporação. A Polícia Militar não compactua com esses comportamentos e que a corregedoria está sempre atenta para qualquer desvio de conduta”, relatou.

De acordo com a Polícia Federal, os dois militares são apontados como colaboradores de um grupo criminoso oriundo de Santa Catarina, responsável por prejuízos milionários à instituição financeira. O esquema consistia no arrombamento de caixas eletrônicos em diversas cidades do interior do Piauí, especialmente em Altos, e em outros estados brasileiros.
“Essa investigação iniciou em 2022. Foi identificada uma quadrilha vinculada a eventos de arrombamento de caixas eletrônicos de instituições bancárias e a partir daí a Delegacia de Repressão a Crimes Patrimoniais e Tráfico de Armas iniciou um trabalho investigativo a fim de identificar todos os membros dessa organização e vincular possíveis eventos criminosos, assim como tentar também evitar que novas ações fossem executadas”, explicou o delegado Ronildo Lages.

“A maioria da quadrilha é especializada nesse tipo de crime. Foram alvos e presos em outros estados já. Eles têm uma fina itinerante no crime. Em outros estados eles são conhecidos já por fazer arrombamento de caixa eletrônico. Um deles, inclusive, um alvo que estava foragido, já foi preso em outro estado, recentemente, no Rio de Janeiro, ele estava escondido”, concluiu.
A investigação revelou que os PMs utilizavam seus cargos para facilitar as ações do grupo, prestando apoio logístico e garantindo informações privilegiadas sobre o policiamento nos locais-alvo dos ataques. Em um dos episódios, ocorrido em 10 de maio de 2023, uma ação integrada da PF com o BOPE resultou na prisão de quatro criminosos em flagrante quando tentavam arrombar a agência da Caixa em Altos.
No decorrer das investigações, a Polícia Federal identificou alguns agentes públicos que estariam prestando apoio logístico ao banco, utilizando ainda sua função pública para facilitar o sucesso das ações criminosas. Eles utilizavam informações privilegiadas para que os criminosos conseguissem ter uma tranquilidade de acessar as instituições bancárias e conseguir subtrair os valores milionários”, detalhou o delegado José Nunes.

Desdobramento da Operação Muros Baixos
A Operação Subversivos é um desdobramento direto da Operação Muros Baixos, deflagrada há cerca de 45 dias. Na ocasião, outros dois suspeitos foram presos ao planejar novos ataques a caixas eletrônicos durante o período de carnaval em Altos e cidades vizinhas à capital.
