Operação prende venezuelanos e desarticula rede de agiotagem em Oeiras e Picos
Ação da SSP-PI cumpre mandados e bloqueia R$ 5 milhões em esquema de extorsão e lavagemA cidade de Oeiras e Picos foram um dos principais alvos da Operação Macondo, deflagrada nesta terça-feira (11/11) pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), que desmantelou uma organização criminosa envolvida em agiotagem e lavagem de dinheiro. A ação resultou em 15 prisões em seis municípios, além do bloqueio de R$ 5 milhões em contas bancárias.
Em Oeiras, dois cidadãos venezuelanos, identificados como J. A. L. V. e J. R. P., foram presos após o cumprimento de mandados de prisão temporária e busca e apreensão nos bairros Bodelândia e Verde Teto. As investigações apontam que os estrangeiros atuavam diretamente na cobrança de dívidas ilegais, com uso de ameaças, intimidação psicológica e destruição de mercadorias das vítimas.
Segundo a Polícia Civil, o grupo operava com extrema violência, chegando a provocar desaparecimentos e até suicídios de pessoas que não conseguiram pagar os valores exigidos. As vítimas eram, em sua maioria, pequenos comerciantes e trabalhadores que recorriam a empréstimos informais e acabavam submetidos a práticas abusivas e criminosas.
A operação foi coordenada pela Superintendência de Operações Integradas (SOI) e contou com o apoio da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP). De acordo com o superintendente Matheus Zanatta, a ação representa “um avanço importante no combate a redes de exploração financeira que agem com brutalidade e comprometem a dignidade de cidadãos honestos”.
Em Picos, os policiais prenderam o indivíduo apontado como chefe regional do esquema criminoso, responsável pela coordenação local de atividades ilícitas. Além da agiotagem com juros abusivos e lavagem de dinheiro, as investigações revelam o funcionamento de um esquema clandestino de rifas, conhecido como “Tio Rico”, que operava na cidade para circulação e multiplicação de recursos ilícitos.
Durante as buscas realizadas em Picos, os investigadores identificaram novos integrantes da ramificação local do grupo, cuja estrutura principal está sediada em Teresina, e que agora também serão incluídos no inquérito.
A Operação Macondo segue em andamento, com novas diligências para rastrear bens e identificar outros integrantes do esquema que possa ter ramificações em diferentes regiões do Estado.
