Julgamento do acusado de matar a estudante Janaína Bezerra é adiado novamente

O julgamento acontece em segredo de justiça por se tratar de um caso que envolve estupro

Flash - repórter Gabriel Prado/Conecta Piauí

O julgamento de Thiago Mayson da Silva Barbosa, acusado de estuprar e matar a estudante de jornalismo Janaína Bezerra da Silva, nas dependências da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que deveria acontecer na manhã desta sexta-feira (1º), foi adiado mais uma vez. O julgamento deveria ter sido realizado no último dia 17 de agosto, mas foi adiado devido a ausência de servidores da UFPI, que deveriam participar do Júri Popular, mas não compareceram devido um "equívoco interno", segundo a instituição.

Foto: Reprodução/Rede Social
Thiago Mayson e Janaína Bezerra

Conforme informações apuradas pelo portal Conecta Piauí , na manhã desta sexta-feira nenhum advogado do acusado compareceu ao local para o julgamento e por isso foi adiado novamente. Conforme as informações, o advogado de defesa teria um outro compromisso hoje e, por esse motivo, não teria comparecido ao local.

O julgamento deve acontecer em segredo de justiça por se tratar de um caso que envolve estupro. A família da vítima não pode acompanhar o julgamento. A mãe de Janaína Bezerra, Maria do Socorro Nunes, falou sobre a troca de advogados do acusado e disse que, para ela, "tem alguém pagando para ele". O advogado do acusado foi trocado mais uma vez e quem assume o caso agora deve ser Ércio Quaresma.

"Uma dor muito forte, uma expectativa muito grande e com fé em Deus é de tudo dar certo. Ele tem que pagar o que ele fez e não vamos poder assistir, mas eu acredito em Deus e em quem está lá dentro. Vai dar tudo certo. Não importa o advogado que ele colocou, ele vive trocando, mas vai dar tudo certo. Porque alguém está pagando para ele, quem que está pagando?! Porque eu não acredito que uma pessoa está mudando de advogado, porque ele fez o mal", disse a mãe da vítima.

Foto: Gabriel Prado / Conecta Piauí
Mãe de Janaína Bezerra

A mãe também também destacou o desejo de poder acompanhar o julgamento e disse ser uma injustiça não ter a permissão e que queria ver as provas.

"Eu acho uma injustiça! Porque eu queria saber o que aconteceu, eu queria ver as provas. Eu acho uma injustiça a gente não poder entrar, mas vamos esperar a vontade de Deus e eu confio nos advogados. Não vai trazer minha filha, mas meu coração vai amenizar", disse a mãe.

Segundo a advogada de acusação, Florence Rosa, Thiago pode receber a pena máxima devido o grande número de provas que há contra ele.

"Nós temos confiança de que a justiça será feita porque, como eu disse agora para você, existem provas muitos robustas, no processo, de que Thiago praticou estupro, homicídio, necrofilia e fraude processual contra a Janaína e contra ordem pública também. Acreditamos que ele receberá sim a pena máxima", disse a advogada.

Foto: Gabriel Prado / Conecta Piauí
Manifestação

Adiamento do julgamento

De acordo com a advogada de acusação, Florence Rosa, a ausência do advogado de defesa, que provocou o adiamento do julgamento de Thiago Mayson da Silva Barbosa, seria uma estratégia para ganhar tempo.

"É uma estratégia para ganhar tempo. Nó não vemos isso, apesar de prolongar o sofrimento da família que luta por justiça, ele continuará enjaulado e por essa razão, a família hoje e a sociedade em Teresina dorme tranquila. O novo advogado de defesa não pode comparecer em razão de outros compromissos profissionais. Ele se habilitou na data de ontem (31/08), salvo engano", informou a advogada.

Segundo a profissional, a expectativa é que o julgamento seja remarcado para o dia 26 de setembro. Até lá, o acusado deve seguir preso. "Se esse adiamento tivesse sido em razão de alguma coisa provocada pela acusação ou por nós assistentes, provavelmente a prisão dele seria relaxada. Como foi um incidente causado pela própria defesa, não há essa ilegalidade na prisão e é por essa razão que ele continua recluso", explicou.

Segredo de justiça

De acordo com a 1º Vara do Tribunal do Júri de Teresina, o processo tramita sob segredo de justiça para preservar a intimidade e privacidade das partes, em especial, da vítima Janaína da Silva Bezerra, por conter nos autos diversos documentos, como imagens, vídeos etc, de conteúdo íntimo. Segundo o tribunal, a exposição poderá causar a revitimização da vida ceifada e a exposição da honra da família da vítima.

NOTA À IMPRENSA
Em relação à sessão de hoje (01), da 1º Vara do Tribunal do Júri de Teresina, cumpre informar que os atos processuais, em regra, são públicos, porém, a Constituição Federal autoriza o sigilo quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem (art. 5º, inciso LX).

O processo em questão tramita sob segredo de justiça, com o fim de preservar a intimidade e privacidade das partes, em especial, da vítima Janaína da Silva Bezerra, tendo em vista conter nos autos diversos documentos (imagens, vídeos etc) de conteúdo íntimo, e a exposição poderá causar a revitimização da vida ceifada e a exposição da honra da família da vítima.

Concernente à proteção da honra e da imagem como direitos da personalidade, o Código Civil dispõe, em seu artigo 21, que “a vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma”.

Acerca do tema, o Código de Processo Penal determina, em seu artigo 201, $ 6º, que: “o juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação”.

Dessa forma, em que pese o valoroso trabalho dos profissionais de imprensa, não será permitido o acesso de pessoas alheias ao processo, durante a sessão plenária, ficando autorizada a participação, somente, dos advogados e assistentes, devidamente habilitados, do Promotor de Justiça e serventuários da 1º Vara do Tribunal do Júri.

CONFIRA O VÍDEO DE THIAGO MAYSON SENDO LEVADO DE VOLTA À PENITENCIÁRIA:

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