Consórcio Nordeste defende ação conjunta para enfrentar mudanças climáticas
O 'Fundo da Caatinga' tem a finalidade de captar recursos para a preservação do bioma
RedaçãoO esforço conjunto em defesa do desenvolvimento regional, as questões climáticas e o novo momento vivido pelo País, com restabelecimento do pacto federativo, foram os temas predominantes da Assembleia Geral do Consórcio Nordeste, realizada nesta quarta-feira (31/01), em Natal. Esta foi a primeira assembleia sob a presidência da governadora Fátima Bezerra, que assumiu o comando do colegiado em cerimônia com a presença do ministro Wellington Dias, representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dos governadores dos estados nordestinos, do presidente do Banco do Nordeste e do superintendente da Sudene.
Na Carta de Natal, divulgada ao final da assembleia, os governadores defendem "atuação conjunta e de maneira articulada para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, produzir soluções de adaptação diante das inevitáveis emergências que já nos atingem e oferecer ao Governo Federal nosso trabalho incansável para a execução plena e célere do Programa de Aceleração do Crescimento."
Os governadores sugeriram criar mecanismo, no âmbito do Consórcio, para acompanhamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Eles aguardam a construção de linhas de transmissão para retomada dos projetos de geração de energias renováveis, setor liderado pelo Nordeste e onde há grande potencial para o desenvolvimento de uma nova etapa, que é a produção de hidrogênio verde. Segundo estimativa do Consórcio Nordeste, isso significa investimentos de R$ 150 bilhões nos próximos anos na região, dos quais R$ 22 bilhões somente no Rio Grande do Norte.
"Reafirmo, aqui, o compromisso de dar continuidade ao legado dos meus antecessores. Seguirei com a determinação de fortalecer nossa região, promover a justiça social, avançar na implementação de políticas públicas conjuntas e contribuir para o nosso desenvolvimento sustentável. Junto, iremos construir um Nordeste cada vez mais forte e justo", disse a governadora Fátima Bezerra.
Ao destacar o protagonismo do Nordeste na geração de energias renováveis, o governador de Alagoas, Paulo Dantas, sugeriu que Fátima liderasse nacionalmente a bandeira da transição energética. “A senhora, governadora Fátima, conta com o apoio de todos os governadores do Nordeste para capitanear esse momento. Precisamos levar em consideração as pautas de interesse da nossa região, para que possamos ter nossa voz sendo ouvida cada vez mais em Brasília. E pela primeira vez em muitos anos, como disse o governador [Carlos] Brandão, a voz dos governadores do Nordeste agora está chegando ao Palácio do Planalto."
O governador Rafael Fonteles disse que o evento foi uma grande oportunidade para discutir temas de interesse comum dos governadores nordestinos. "Um momento para reafirmar nosso compromisso e reforçar a união em torno das pautas importantes para a região e para o Brasil", disse por meio das redes sociais.
Na reunião com os governadores, o ministro Wellington Dias informou que os dados preliminares de 2023 apontam que o Brasil retomou a rota de saída do mapa da fome. Não apenas isso: os indicadores também sinalizam que a pobreza recuou como consequência dos programas sociais, aliado ao crescimento da economia nacional.
Na primeira assembleia do ano, foram instaladas mais duas câmaras temáticas: a da Educação e a da Segurança Pública. "Iremos dar um foco especial no Plano Nacional da Educação. O foco tem que ser agora, não adianta deixar para depois, porque a Conferência Nacional da Educação terminou ontem e o projeto está sendo enviado para o Congresso", alertou a governadora, dizendo ser necessária a articulação dos governadores do Nordeste com o Fórum Nacional dos Governadores, "para que seja construído um consenso em torno dessa agenda, que não é uma agenda qualquer. Por isso, quero deixar consignada essa proposta na câmara técnica", reforçou Fátima.
Sobre a questão da segurança pública, a proposta de Fátima é reforçar a integração regional, apontada por ela como importante instrumento, juntamente com outras medidas, na queda da violência nos estados nordestinos. “O Brasil tem um imenso desafio e o Nordeste, todas as condições de se inserir fortemente no tema da segurança pública, conectado com o projeto nacional.”