'Maria Louca': a bebida clandestina que ganhou destaque em série do Prime Video
Bebida, símbolo de improviso e resistência, aparece nas cenas de confraternização entre os detentos
Lançada na última sexta-feira (31), a série Tremembé, produção nacional do Prime Video, trouxe à tona um detalhe que despertou a curiosidade dos espectadores: a presença da “Maria Louca”, uma cachaça artesanal e ilegal feita dentro de presídios brasileiros. A bebida, símbolo de improviso e resistência, aparece nas cenas de confraternização entre os detentos da chamada “prisão dos famosos”.
Feita com ingredientes simples e acessíveis, a Maria Louca é resultado de uma mistura de cascas de frutas, açúcar, água e fermento, que muitas vezes é substituído por pão ou até mesmo arroz cru. O preparo ocorre em garrafas PET, galões ou tambores, onde o líquido é deixado para fermentar por alguns dias. O ideal seria cerca de quinze, mas, na prática, o tempo costuma ser reduzido para evitar que os agentes penitenciários descubram a produção.
Maurício Monteiro, 56 anos, sobrevivente do Massacre do Carandiru, relembrou em entrevista ao Terra como era feita a bebida nos presídios. “O principal ingrediente é a casca de fruta, qualquer uma que fermenta: laranja, limão, maçã, manga, banana. O certo seria deixar quinze dias, mas a gente tirava com uma semana para não dar tempo de ser pego”, contou.
