Símbolo do estado: festa dos Vaqueiros em Pedro II celebra cultura sertaneja

O vaqueiro é um personagem marcante que dispensa apresentações, pois suas vestimentas falam por si. Além de representarem história e coragem, os trajes, como chapéu de couro e gibão, também servem para protegê-los dos perigos da caatinga. 

Com o objetivo de preservar essa cultura acontecerá no dia 27 de maio, na comunidade São Luís, a sexta edição da Pega de Boi no Mato Manoel Fernandes.

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Foto: Neto Santos

Festa dos Vaqueiros em Pedro II

Há mais de 200 anos, a profissão de vaqueiro permanece viva no sertão do Piauí. Sendo um símbolo do estado, o vaqueiro conquista a admiração e o respeito de pessoas de todas as idades. 

É uma espécie de super-herói da vida real, inspirando as novas gerações com sua coragem, determinação e, acima de tudo, sua felicidade, mesmo diante das dificuldades da vida simples no sertão.

Fernando Uchôa pontuou que decidiu que seria vaqueiro ainda na infância." Quando eu tinha sete para oito anos de idade, eu sempre ia atrás dos mais velhos para aprender a labuta com os animais e, principalmente, a correr na caatinga. Sempre tive muita vontade de aprender, os vaqueiros mais antigos não queriam me levar porque eu era muito novo.  Mas eu sempre dava um jeito de ir atrás. Eu acho bonito demais o chiado dos cipós. E ,apesar das dificuldades e de muitas cicatrizes pelo corpo, me orgulho muito do que sou."

Vale ressaltar que o vaqueiro é a figura central na criação de bovinos nas propriedades do Nordeste. A história do Piauí é testemunha dessa profissão, que remonta aos primeiros tempos do estado. O tipo étnico do vaqueiro se originou a partir do contato entre os colonizadores brancos e os indígenas durante a introdução do gado nos sertões do Nordeste brasileiro.

O trabalho do vaqueiro é árduo e requer habilidades como o cuidado com o manejo dos animais, conhecimentos sobre medicina tradicional, cultivo de grãos e pastagens, além das atividades relacionadas à comercialização da carne, leite e seus derivados. 

Apesar da introdução de tecnologias na pecuária, em alguns municípios do Piauí, como Pedro II, localizado a 200 km de Teresina, a cultura do vaqueiro permanece praticamente intacta, e essa profissão secular é transmitida de geração em geração.

Para preservar essa cultura e destacar sua relevância histórica, social e econômica, acontecerá no dia 27 de maio, na comunidade São Luís, a 20 km de Pedro II, a sexta edição da Pega de Boi no Mato Manoel Fernandes, nomeada em homenagem ao avô paterno de Fernando, que também era vaqueiro. 

O evento será realizado no sítio da dona Altina Uchôa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pedro II. Ela conta que sua paixão pela profissão de seu filho a contagiou e a tornou uma defensora da cultura do vaqueiro. "A paixão do meu filho por essa profissão me inspirou de tal maneira que, desde 2016,