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CRP-PI repudia ataques transfóbicos após vídeo de conselheira viralizar no Piauí

A servidora foi alvo de ofensas após utilizar linguagem neutra em um vídeo institucional
Redação

O Conselho Regional de Psicologia do Piauí (CRP-PI) emitiu uma nota de repúdio em resposta aos ataques transfóbicos direcionados a uma de suas representantes, Rafa Moon, conselheira secretária do órgão. A servidora foi alvo de ofensas nas redes sociais após utilizar linguagem neutra em um vídeo institucional, no qual se referiu aos profissionais da área como “psicóloges” ao convidá-los para um evento preparatório do COREPSI.

Foto: ReproduçãoCRP-PI repudia ataques transfóbicos após vídeo de conselheira viralizar no Piauí
CRP-PI repudia ataques transfóbicos após vídeo de conselheira viralizar no Piauí

Após a publicação do vídeo, a conselheira foi alvo de críticas e comentários ofensivos nas redes sociais, o que levou o CRP-PI a desativar a seção de comentários da postagem. Em comunicado oficial, o conselho reafirmou seu apoio a Rafa Moon, destacando a competência de sua atuação na função e reforçando que o discurso de ódio e as manifestações de transfobia não são apenas uma reação à linguagem inclusiva, mas sim uma grave violação da dignidade humana.

O Conselho também informou que já está tomando as providências cabíveis para responsabilizar os envolvidos nos ataques transfóbicos, uma vez que a transfobia é classificada como crime no Brasil. O CRP-PI reiterou seu compromisso com a promoção de um ambiente de respeito e diversidade, especialmente no campo da psicologia, onde a valorização da dignidade humana e o acolhimento de todas as identidades são princípios fundamentais.

Confira nota do CRP-PI

O Conselho Regional de Psicologia da 21ª Região, por meio desta nota, manifesta seu total repúdio às agressões, ofensas e os ataques transfóbicos, perpetrados nas redes sociais, contra Rafa Moon Carvalho Pires da Silva (CRP21/03231), Conselheira Secretária desta autarquia que exerce seu ofício com brilhantismo e competência, em decorrência de vídeo no qual ela divulga as atividades preparatórias do COREPSI e utiliza da chamada "linguagem neutra".

A Psicologia, ciência das humanidades e embasada na defesa intransigente da dignidade e dos direitos da pessoa humana, expressos no princípio fundamental de seu Código de Ética Profissional Resolução 05/2010 não compactua com qualquer tipo de discriminação como transfobia, homofobia, racismo, capacitismo ou qualquer outra violação aos direitos humanos. A manifestação de discursos de ódio, discriminatórios e ofensivos vão além da simples utilização de uma linguagem que busca incluir todos os grupos sociais da sociedade importa na negação da dignidade da pessoa humana a essas pessoas e grupos, postura com a qual este Conselho nunca será conivente.

O ataque sofrido pela Conselheira Rafa Moon é um atentado aos valores fundamentais de nossa profissão e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que servem de base para a atuação ética dos profissionais da psicologia. Reforçamos que comportamentos discriminatórios não podem ser tolerados em nenhum contexto e que, como profissionais da saúde mental, temos a responsabilidade de atuar contra qualquer forma de opressão, promovendo o bem-estar e a dignidade de todos bem dispostos nas nossas Resoluções 01/1999 e 01/2018.

Portanto, enquanto autarquia responsável por orientar, fiscalizar e disciplinar a atuação profissional da Psicologia, informamos também que já estão sendo tomadas as medidas cabíveis contra os ataques sofridos pela Conselheira Rafa Moon, pois como se sabe publicamente, quaisquer manifestações de transfobia constituem crime tipificado no nosso país, conforme decidido pelo STF em 2019.

Perante todo o exposto, em defesa das subjetividades, da pluralidade e da dignidade humana, reafirmamos a necessidade da luta contra a transfobia e qualquer outra forma de preconceito e discriminação, condições indispensáveis para a afirmação e a garantia dos direitos humanos na nossa sociedade. 

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