Conecta Piauí

Notícias

Colunas e Blogs

Blogs dos Municípios

Outros Canais

Dr. Pessoa tem 10 dias para determinar retiradas dos aguapés que tomam o rio Poti

Ao Conecta Piauí, a biológa Esterfania Farias, explicou como ocorre este fenômeno no rio

O Ministério Público do Estado do Piauí(MP-PI), por intermédio da 24ª Promotoria de Justiça de Teresina, e com o auxílio do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente(CAOMA) emitiu, nesta quarta-feira(25/10), a Recomendação Administrativa número 08/2023, ao prefeito de Teresina, Dr. Pessoa e ao Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, James Guerra Júnior, a fim de que estes promovam a identificação, retirada e destinação ambientalmente adequada dos aguapés que estão em crescimento no leito do Rio Poti, em Teresina.

A 24ª Promotoria de Justiça é titularizada pela promotora de Justiça Carmelina Moura e o Caoma é coordenado pela promotora de Justiça Áurea Madruga.

Foto: Tiago Moura/ Conecta PiauíAguapés
Aguapés

Fixou-se o prazo de 10 dias ao município para a retirada devida dos aguapés. O MPPI acompanha a questão nos autos do Procedimento Administrativo de Acompanhamento nº 000173-172/2023.

Ao Conecta Piauí, a biológa Esterfania Farias, explicou como ocorre este fenômeno."Na época de seca, com a vazão das águas do rio Poti, o nivel vai ficando muito baixo e pode-se dizer que as águas ficam um pouco mais paradas. Então, o que vai acontecer? Há um acúmulo de matéria orgânica, porque se sabe que todos os dias são despejados muitos dejetos no rio".

Foto: ReproduçãoBiológa Esterfania Farias
Biológa Esterfania Farias

"Essa matéria orgânica favorece a proliferação de micro-organismos que tornam disponível para plantas, e muitos nutrientes que favorecem a sua multiplicação. Deste modo, esses micro-organismos, sendo anaeróbicos, eles reduzem a quantidade de oxigênio disponível no rio. Os águapés se multiplicam. Esse é um fato devido à disponibilidade de nutrientes inorgânicos que favorecem a multiplicação desses água-pés. Encobre ainda mais a superfície do rio, fazendo com que diminua a capacidade fotossintética de algas subaquáticas que produziriam oxigênio", completou.

Os aguapés, como são popularmente conhecidos, tem uma capacidade acelerada de proliferação e por ser uma espécie invasora ao bioma, pode causar desequilíbrio ecológico, a partir da diminuição do índice de oxigênio na água, podendo vir a afetar a fauna e flora.

Ainda de acordo com a bióloga ,retirar os água-pés não minimiza o problema. "Pelo contrário, os águapés estão limpando o rio, tá entendendo? Eles estão fazendo o papel de limpeza, então a gente retirar os águapés vai ser uma medida simplesmente visual, só vai parar de incomodar a vista. O que deveria ser feito é o tratamento dos efluentes do rio, o que deve ser jogado no rio, dos afluentes do rio. É isso que deveria ser feito. Retirar os água-pés eu nem concordo, porque biologicamente eles estão fazendo o papel de limpeza" finalizou.

O MP-PI designou audiência extrajudicial a ser realizada em 30 de outubro de 2023, às 11h30, tendo sido notificados a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação(SEMDUH), Secretaria Municipal do Meio Ambiente(SEMAM), Águas de Teresina e Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos de Teresina(ARSETE), para tratar de ações preventivas e resolutividade sobre os aguapés e suas causas no Rio Poti.

Foto: Tiago Moura/ Conecta PiauíAguapés
Aguapés

Comente