Insegurança, demora e falta de ônibus: o drama dos passageiros em Teresina
A população teve que inventar meios para se locomover e não depender do serviço precário
Tiago Moura
Os usuários do transporte público de Teresina continuam com inúmeras reclamações sobre o sistema Inthegra, que deveria ter sido criado para facilitar a mobilidade urbana, mas se tornou um verdadeiro problema. Dentre as reclamações, o número reduzido de veículos em circulação nas ruas da cidade.
O sistema criado na gestão do ex-prefeito Firmino Filho enfrentou percauços por conta da pandemia e isso foi um fator relevante para derrota dos tucanos. Na campanha, a equipe de Dr Pessoa se aproveitou do problema e após chegar ao poder, a situação ficou ainda pior.
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Segundo os passageiros, os maiores transtornos ocorrem logo no inicio do dia, que além da lotação, existe a demora para o embarque e desembarque.
Na estação de ônibus ‘Igreja da Vermelha’, localizada no bairro Vermelha, zona Sul da capital, a estudante Joelma Vitória disse que chega sempre uma hora e meia antes do horário em que inicia as aulas, para não correr o risco de chegar atrasada. “É um sofrimento que a gente passa, aqui é só o primeiro do dia, já é quase meio-dia, eu entro na escola as 13h30, e tenho que vir pra cá horas antes, na correria para não perder aula, sendo que a volta pra casa é pior”, disse.
A estudante Conceição Maria reclamou sobre a falta de segurança e de estrutura nas estações. “Imagina só, neste calor de Teresina, ficar por horas dentro dessa estrutura quente e toda acabada. É complicado! Eu morro de medo de ser assaltada, as vezes passa uns rapazes suspeitos e a gente que é estudante e mulher, ficamos apavoradas”, reclamou.
É possível encontrar várias estações com as portas de vidro quebradas ou arrancadas, além dos climatizadores terem sido furtados e sem iluminação a noite, facilitando assim ações criminosas.
Wellington Gabriel, que também é estudante, informou que passa duas horas esperando um ônibus, para se deslocar até a escola. “Eu chego aqui é cedo, almoço bem rapidinho para não perder o ônibus, tem dia que estou aqui as 10h. É cansativo, eu já chego no colégio cansado e para voltar é pior”.
NOTA DA STRANS
A Strans informa que nos horários entre picos existe uma redução no número de veículos de ônibus nas ruas, por conta da baixa demanda de passageiros, mas que os intervalos entre os veículos são os menores possíveis para que o usuário não fique muito tempo nas estações e nas paradas.
POPULAÇÃO NÃO AGUENTA MAIS
Vale lembrar que se há pouca demanda de passageiros é porque o serviço é de péssima qualidade e o teresinense não tem mais a certeza de pegar um ônibus quando vai para a parada. A população teve que inventar meios para se locomover e não depender do serviço precário oferecido na capital.
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