Portais e sites de órgãos piauienses são alvos de clonagens; especialista explica
Considerado um crime cibernético, o caso foi identificado em domínios mascarados que recebem clicksO diretor executivo do Portal Conecta Piauí, Thiago Monteiro, recebeu o consultor de tecnologia Elisvaldo Silva para discutir a preocupação com a clonagem de sites de notícias e institucionais no estado do Piauí. Segundo o especialista, após uma análise em portais piauienses, ele identificou redirecionamentos para páginas que não tinham qualquer relação com o conteúdo original buscado, expondo um grave problema cibernético.

Embora o Conecta Piauí não tenha sido alvo desses crimes, a plataforma se mobilizou para alertar a população sobre os riscos. Entre os principais problemas apontados pelo consultor, estão o redirecionamento de cliques para domínios falsos e a inclusão de propagandas enganosas, muitas vezes de conteúdo sensível ou ilegal, como anúncios pornográficos ou divulgações de apostas (BETs).
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Domínios clonados e clickjacking
O consultor destacou que o processo de clonagem envolve a reprodução não autorizada do design, conteúdo e funcionalidades de um site. “O código html que é gerado eu salvo dentro desse outro site e em cima disso eu vou adicionando as camadas que, à medida que vai sendo clicada, eu direciono o usuário para site diferente. É dessa forma que eles ganham”, explicou Elisvaldo.

Essa prática também inclui uma técnica chamada clickjacking, onde elementos invisíveis ou enganosos são sobrepostos ao conteúdo legítimo, induzindo o usuário a clicar em algo que não pretendia. Assim como o uso de serviços como Whois Privacy, que ocultam informações pessoais de proprietários de domínios e acaba dificultando ainda mais a identificação dos criminosos.

Casos em nível nacional
O problema não se restringe ao Piauí. Vários sites de notícias e institucionais em todo o Brasil também têm sido alvos de clonagens. Segundo Elisvaldo Silva, há a possibilidade de que os golpistas possam ter grupos de WhatsApp para divulgar esses links fraudulentos.
“Quando alguém faz busca, a chance dele (site clonado) aparecer no resultado da busca do Google é grande. E assim, eu também não descarto de eles terem uma rede de grupo de WhatsApp divulgando esses links. Eu não descarto essa possibilidade”, pontuou.

A equipe do Conecta Piauí conversou, em primeira mão, com Admaelton Bezerra, presidente da Associação Piauiense de Municípios (APPM), cujo site também foi alvo de clonagem. O assunto foi direcionado à equipe do órgão, que ainda não tinha conhecimento imediato da violação, e já está tomando as medidas para mitigar possíveis danos.
Importância do registro de ocorrência
Diante desse cenário, é fundamental que as vítimas de crimes cibernéticos busquem registrar um Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia de Crimes Virtuais. As informações contribuem para as investigações policiais e pode ajudar a coibir a ação de criminosos.
Além disso, especialistas recomendam o monitoramento constante dos domínios e a implementação de tecnologias de segurança para proteger os sites contra tentativas de clonar conteúdos. A conscientização do público também é essencial, uma vez que muitos usuários desconhecem a gravidade dos riscos envolvidos.
Impactos e prevenção
Para Elisvaldo Silva, o dano principal é para a imagem das empresas e instituições cujos sites são clonados.
“Para o site em si, o dano principal, no meu ponto de vista, é a questão da imagem. O Conecta não apareceu na listagem desses sites, mas digamos que tivesse. Para a imagem do Conecta é ruim porque, às vezes, aparece uma foto pornográfica logo na página inicial, então para aquele usuário que não conhece o trabalho do Conecta que vai acessar o portal pela primeira vez, já fica com o pé atrás”, alertou.
