Quilombolas de Vereda de Anacleto celebram tradições e avanços em Esperantina
O Conecta Piauí foi até essa comunidade quilombola, conhecer de perto, as famílias que vivem láNa pequena comunidade de Vereda de Anacleto, localizada no município de Esperantina, 36 famílias encontram na agricultura de subsistência o sustento e a base de suas vidas. O Conecta Piauí foi até essa comunidade quilombola, conhecer de perto, as famílias que vivem na localidade mantendo viva as tradições.
A comunidade conquistou, recentemente, a condição de serem chamados de quilombolas, e agora aguardam a titulação da terra. Luiz Ana, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, disse que é a comunidade tem avançado cada dia em busca do reconhecimento.
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“O Sindicato deu uma caminhada, acompanha os trabalhadores, as trabalhadoras e acompanha especialmente as comunidades com casa aqui, comunidade Vereda do Anacleto e outras comunidades também. Acompanha também os assentamentos de Esperantina e dá suporte à luta dos trabalhadores e também nos projetos sociais, projetos que vê aqui, é um projeto fundamental em construção para essa comunidade. Há bastante tempo, a comunidade, junto ao sindicato, também algumas instituições tem avançado e estamos na espera desse título sair em breve, título de reconhecimento aqui da comunidade Vereda de Anacleto, uma comunidade Quilombola sendo nacionalmente reconhecida aqui”, disse.
Dona Carmosina Sousa, que é agricultora quilombola, disse que se sente orgulhosa em ser quilombola e em manter as tradições.
“Já nasci dentro dessa tradição e aqui hoje a gente ainda continua, eu acho que é coisa para filhos e netos. Eu me sinto muito orgulhosa de ser quilombola hoje, é uma coisa que a gente não tinha, há um certo o tempo que a gente descobriu, mas hoje é um orgulho para a gente, se sentir quilombola, apesar de aqui não ter tantas tradições”, disse.
Na Vereda de Anacleto, a agricultura de subsistência é muito mais do que uma simples atividade econômica, é uma questão de sobrevivência. Essas famílias dedicam seus dias ao cultivo de alimentos essenciais, como milho, feijão, mandioca, e outros produtos que garantem a alimentação básica.
“Nós criamos um pouco de gado, de bode, nós criamos ovelha, porco, capote e galinha. Aí, a gente sempre varia nessas partes, meu pai foi vaqueiro e eu recebi a benção dele, me adaptei trabalhando com animais, nós temos cavalo, burro, sempre para o uso da manutenção da família. A gente consome e comercializa quando a pessoa procura pra comprar, a gente trabalha com abelha, faz mais de 30 anos”, disse Gabriel Rodrigues, agricultor quilombola.
O agricultor Antonio Rodrigues Sousa, que trabalha no setor de produção e pesquisa, começou sua jornada com práticas tradicionais de corte e queima, comuns em muitas regiões do Brasil. Essas técnicas, embora eficazes a curto prazo, causam degradação ao solo e ao meio ambiente, comprometendo a sustentabilidade da terra a longo prazo. Tudo mudou quando ele participou de um curso sobre roça orgânica.
“Eu trabalho em setor de produção e pesquisa, fiz um curso de roça orgânica, antes do curso a gente trabalhava de roça, de corte e queima e a gente tomou consciência e fomos praticar de acordo com o curso que foi feito e hoje eu sou conhecido no Piauí, no Brasil e na Alemanha através dos meios de comunicação e estamos com 26 anos de roça orgânica e produzindo 100% de roça orgânica, sem nada, sem não queimar e não colocar veneno nas minhas propriedades”, disse.