Sete brasileiros participarão do Conclave que escolhe o sucessor do Papa Francisco
Ao todo, 138 cardeais de diversos países estão aptos a votar, de um total de 252 membros do ColégioCom a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21/04), aos 88 anos, a Igreja Católica se prepara para um dos momentos mais solenes e decisivos de sua história: o Conclave, a eleição do novo pontífice. Entre os cardeais que participarão da escolha, sete são brasileiros, todos com menos de 80 anos — idade máxima permitida para votar, conforme as regras da Igreja.
Quem são os brasileiros com direito a voto?
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O Brasil, país com a maior população católica do mundo, terá uma representação expressiva no Conclave. Dos oito cardeais brasileiros, sete estão aptos a votar:
- Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador – 65 anos
- Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre – 64 anos
- Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo – 75 anos
- Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro – 74 anos
- Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília – 57 anos
- João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília – 77 anos
- Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus – 74 anos

O único cardeal brasileiro que não poderá participar da votação é Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, que tem 87 anos. Mesmo fora da votação, ele segue como membro do Colégio dos Cardeais, que continuará discutindo temas urgentes da Igreja até a eleição do novo papa.
Ao todo, 138 cardeais de diversos países estão aptos a votar, de um total de 252 membros do Colégio.
Como funciona o Conclave?
O termo conclave vem do latim cum clavis, que significa “fechado à chave”. Esse nome reflete exatamente o que acontece durante o processo: os cardeais ficam isolados do mundo exterior na chamada “zona de Conclave”, dentro do Vaticano, até que um novo papa seja escolhido.
Durante esse período, os cardeais não podem usar telefones, acessar a internet, ler jornais ou ter qualquer tipo de comunicação com o exterior. O objetivo é garantir total sigilo e evitar influências externas sobre o processo.
As votações são realizadas dentro da Capela Sistina, sob o olhar atento dos afrescos de Michelangelo. Os votos são secretos, escritos em cédulas de papel, e queimados após a contagem. A fumaça liberada pela chaminé da Capela indica o resultado: preta, se não houver decisão; branca, quando um novo papa é escolhido.
Para ser eleito, o cardeal precisa obter dois terços dos votos. Podem ocorrer até quatro votações por dia — duas pela manhã e duas à tarde. Caso não haja consenso após três dias, os cardeais fazem uma pausa de 24 horas para oração e reflexão. Outra pausa pode ser feita após sete votações sem resultado. Se o impasse persistir até a 34ª votação, os dois mais votados disputam uma espécie de “segundo turno”, ainda exigindo dois terços dos votos para serem eleitos.
O momento do anúncio
Quando um cardeal é finalmente eleito e aceita o cargo, ele escolhe o nome que usará como papa e se dirige à “Sala das Lágrimas” para vestir os paramentos papais. Em seguida, é apresentado ao mundo a partir da sacada da Basílica de São Pedro, quando o cardeal protodiácono proclama a tradicional frase: “Habemus Papam” — “Temos um Papa”.