Lula indica desembargador piauiense Carlos Brandão para vaga de ministro no STJ
Desembargador do TRF-1 era favorito e tem apoio de Nunes Marques, Wellington Dias e Rafael FontelesO presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou, nesta segunda-feira (27/05), o desembargador Carlos Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), para ocupar uma vaga de ministro no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A indicação preenche uma das duas cadeiras abertas na Corte desde 2024, destinadas à representação da Justiça Federal. A nomeação será oficializada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

Natural do Piauí, Carlos Brandão era considerado o favorito de Lula para o posto. O desembargador contou com o apoio direto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Nunes Marques, do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e do governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT). Além disso, havia expectativa crescente dentro dos bastidores políticos e jurídicos sobre sua indicação, dada sua trajetória sólida no TRF-1 e sua relação com lideranças do governo.
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O desembargador foi escolhido a partir de uma lista tríplice elaborada pelo próprio STJ em outubro do ano passado. Também concorriam às vagas as desembargadoras Daniele Maranhão Costa, do TRF-1, e Marisa Ferreira dos Santos, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). Brandão ocupará a cadeira destinada à Justiça Federal, conforme estabelece a composição do STJ, que é formado por 33 ministros oriundos da Justiça Estadual, Justiça Federal, do Ministério Público e da advocacia.

Esta é a segunda indicação de Lula para o STJ em seu terceiro mandato. Em 2023, o presidente escolheu a advogada Daniela Teixeira, que já integra o tribunal. A outra vaga atualmente em aberto é destinada ao Ministério Público e segue indefinida, em meio a articulações políticas que envolvem diretamente o cenário eleitoral de Alagoas.
A principal favorita para essa vaga é a procuradora Maria Marluce Caldas, do Ministério Público de Alagoas (MP-AL). Contudo, sua indicação enfrenta resistência por conta de questões políticas locais. Ela é tia do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), filiado ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar disso, JHC tem dado sinais de aproximação com o governo federal e cogita uma possível mudança de legenda, o que pode destravar sua indicação.
A situação se conecta diretamente com o tabuleiro eleitoral de 2026. JHC é potencial candidato ao governo de Alagoas e aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), além de adversário político do senador Renan Calheiros (MDB), pai do ministro dos Transportes, Renan Filho. O Palácio do Planalto busca uma solução que fortaleça seus palanques no estado, já que Maceió foi a única capital do Nordeste onde Lula perdeu para Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022.
Outros nomes estão no páreo para essa vaga no STJ, como o procurador Sammy Barbosa Lopes, do Ministério Público do Acre (MP-AC), que já foi considerado favorito, mas perdeu força nas últimas semanas. Também figura na disputa, embora com menos chances, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, do Ministério Público Federal (MPF).
Fonte: O Globo