'Véi da Havan' transferiu R$ 5 mil à Carla Zambelli enquanto ela estava foragida
O documento em questão foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal FederalO empresário Luciano Hang, conhecido por sua rede de lojas Havan, foi identificado como o maior doador para a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) enquanto ela estava fugindo da Justiça. Durante os meses de maio e junho deste ano, Hang transferiu R$ 5 mil para Zambelli por meio de Pix, conforme informações de um relatório da Polícia Federal (PF).

O documento em questão foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele detalha as transferências financeiras recebidas por Zambelli durante o período em que ela organizou uma vaquinha virtual.
Antes de ser detida, Zambelli já estava sob investigação criminal, ordenada por Moraes no âmbito da ação penal 2.428/DF. O relatório indica que a deputada teria tentado obstruir investigações em andamento. Após deixar o Brasil, Zambelli passou a publicar mensagens com críticas ao Judiciário.
Em uma das declarações incluídas no inquérito, ela afirmou que pretendia retomar sua postura anterior às decisões judiciais que considerava restritivas, referindo-se ao STF como uma "ditadura".
A PF também monitorou as doações arrecadadas por meio da vaquinha virtual que Zambelli criou. Transações a partir de R$ 500 foram examinadas. Entre 8 e 24 de maio, a deputada transferiu R$ 339 mil de sua conta no Banco Itaú para outra conta sob seu nome na Caixa Econômica Federal. O total de transferências, após o início das doações públicas, alcançou R$ 336 mil.
Principais doadores identificados pela PF:
- Luciano Hang, em 20/05/2025 – empresário e cofundador da rede de lojas Havan.
- LCG Paschoalino Ltda., em 27/05/2025 – empresa registrada como LCG Transportes.
- Marcos Adolfo Tadeu Senamo Amaro, em 03/06/2025 – empresário e fundador do FAMA Museu.
Documentos da PF indicam que a arrecadação fazia parte de uma estratégia mais ampla organizada no site carlazambelli.com.br, registrado em nome da própria deputada. A campanha, intitulada #JuntosComZambelli, incluía instruções para depósitos e transferências.
Além disso, familiares de Zambelli, como sua mãe, Rita Zambelli, ajudaram na divulgação dos canais de arrecadação em redes sociais alternativas. Mensagens em português, inglês e italiano com críticas ao ministro Moraes e convocações para protestos contra o STF foram encontradas nessas plataformas.