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Coluna com o economista e advogado Valmir Falcão, que vai abordar temas que envolvem o mercado financeiro do Piauí, do Brasil e do Mundo.

Educação financeira infantil: como ensinar crianças a lidarem com o dinheiro?

Mesada e poupança são ferramentas essenciais para ensinar finanças desde cedo às crianças
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É um desafio para os pais ensinar as crianças a cuidarem do dinheiro, pois trata-se de uma tarefa que pode ser considerada difícil, caso os pais lembrem-se apenas do lado “matemático” da função, que inclui todos os cálculos, planilhas, juros e porcentagens. A educação financeira, pelos pais e mestres, baseia-se em hábitos e comportamentos, os quais podem ser assimilados desde a primeira infância, ensinando aos pequenos o verdadeiro valor do dinheiro.

Foto: Reprodução / Banco24HorasEducação financeira infantil: como ensinar crianças a lidarem com o dinheiro?
Educação financeira infantil: como ensinar crianças a lidarem com o dinheiro?

Alguns doutrinadores afirmam que o primeiro passo sobre finanças com as crianças é não ser apenas teórico; é preciso aplicar o tema na vida cotidiana, dando exemplos claros e práticos para o dia a dia. A partir dos dois anos, a criança começa a demonstrar suas próprias vontades. É este o momento de ensinar o processo de troca do dinheiro por um produto.

Nas compras mais simples feitas para a criança, como a de um chocolate, é válido explicar que só é possível trocar o dinheiro pelo chocolate porque os pais têm um trabalho e exercem suas atividades para ganhar tal renda. É também no momento das compras que as crianças devem estar presentes para aprenderem a pesquisar menores preços e a negociarem o pagamento final; lembrando sempre que o cartão, seja de débito ou crédito, ou o famoso Pix, não é um objeto mágico: é apenas um meio de se ter dinheiro “guardado”.

Tudo começa com a famosa mesada ou “semanada”, que é uma quantia de dinheiro dada pelos pais para os filhos dentro de um prazo pré-estabelecido, sendo que há duas formas práticas de se definir o valor a ser dado: a primeira consiste em analisar o comportamento de consumo da criança por 30 dias e, assim, entender sua média de gastos mensal. Já a segunda é dar uma quantia por ano de idade, por semana, por exemplo. As duas técnicas são indicadas por garantirem um crescimento gradual do valor, à medida que os gastos e as responsabilidades financeiras vão aumentando, assim como na vida adulta.

A partir do momento que a criança ou adolescente tem uma renda (desde o cofrinho da infância), ela deve ser estimulada a poupar. Sabe qual é o melhor presente que se pode dar a uma criança que está aprendendo a importância de poupar dinheiro? Os cofrinhos ou outra forma de poupança são ótimas opções para mostrar a importância de guardar dinheiro e, por serem baratos, podem ser dados entre os presentes.

O excesso de consumo almejado pelas crianças, em grande parte, ocorre por causa da influência que elas recebem dos amigos, da escola que frequentam e das pessoas com quem convivem. Por exemplo, se a criança estuda em uma escola cujas famílias possuem alto padrão financeiro, é natural que ela queira receber a mesma quantidade de mesada que os amigos, queira viajar para os mesmos lugares, ter os mesmos brinquedos e aparelhos, como celulares, etc. Neste caso, é importante que haja diálogo em casa para mostrar o que realmente é necessário. Uma boa estratégia é visitar locais em que as condições financeiras são precárias, para que a criança conheça outras realidades e entenda que as coisas que ela tem são suficientes para a realidade que vive. No entanto, a melhor opção é deixá-la frequentar ambientes que estejam de acordo com as condições financeiras da família, pois, dessa forma, é possível evitar que ela se sinta inferiorizada ou superiorizada em relação aos demais.

Portanto, é muito importante que os pais conversem com os filhos para que eles percebam o quanto pesam no orçamento, porque, se não existir esse diálogo, fica cada vez mais difícil impor limites.

Até os 7 anos de idade: a ideia é, desde que a criança comece a tomar consciência, por volta dos dois anos de idade, explicar, a partir de jogos e brincadeiras, qual a importância do dinheiro, mostrando que nem tudo o que se vê na internet ou na TV se pode ter. Brinquedos ou outros presentes, por exemplo, devem ser dados apenas em datas comemorativas, como aniversário e Natal, estabelecendo regras de consumo para a criança. É também a partir dessa idade que a criança deve aprender a juntar moedas em um cofrinho.

Entre os 8 e 14 anos: é a idade da mesada. Por isso, é importante ter certeza da clareza sobre o que o dinheiro representa e estabelecer metas com o valor recebido, como uma compra especial no final do ano. Nesta fase, também devem ocorrer conversas sobre o orçamento da casa, mostrando as despesas de luz, água, condomínio e outras despesas domésticas. A leitura de obras de educação financeira é fundamental para se ter um embasamento teórico, procurando sempre aquelas indicadas para a faixa etária e colocando-as sempre à disposição para tirar eventuais dúvidas.

A partir dos 15 anos: os pais devem estimular o adolescente a querer ter uma renda fixa. Caso seja cedo para um emprego, sempre monitorado pelos pais, ele pode fazer pequenos trabalhos em casa, como lavar o carro, por exemplo, remanejando o dinheiro da mesada para o pagamento de tais atividades. Abra uma poupança em nome dos pequenos e faça-os depositar um valor mensal do próprio dinheiro, não deixando de ajudá-los quando necessário.

Por fim, a educação financeira infantil é essencial para preparar as crianças para um futuro financeiro saudável, ensinando o valor do dinheiro e como tomar decisões financeiras responsáveis.

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