Expectativa de vida sobe e população piauiense vai parar de crescer em 12 anos
No Piauí, o ano limite de crescimento é bem antes. Na verdade, cinco anos antes, em 2036
O IBGE divulgou as primeiras projeções sobre a população para os próximos anos, com base nos dados coletados durante o Censo de 2022. A boa notícia é que a expectativa de vida, após a pandemia da covid-19, voltou a subir. É estimada em 76,4 anos. Em paralelo, já foi traçado o ano limite do aumento da população: 2041. A partir daí, o número de brasileiros começará a cair gradualmente.
No Piauí, o ano limite de crescimento é bem antes. Na verdade, cinco anos antes, em 2036. É o sexto menor tempo de estagnação entre os estados, junto com São Paulo que também vai parar de crescer em 2036. Alagoas e Rio Grande do Sul vão parar de registrar crescimento populacional daqui dois anos, em 2026, conforme ranking publicado na pesquisa.
Com isso, o Piauí terá apenas mais 12 anos de crescimento de sua população, quando chegará a um total de 3.431.896 habitantes. A partir do ano de 2037, a população do estado deve começar a diminuir, até chegar a 2.977.122 habitantes em 2070, uma redução de 454.774 habitantes em relação a 2036, ou seja, uma queda de 13,25%. Porém, a expectativa de vida do piauiense vai saltar de 76,8 anos para 83,9 anos, nos próximos 46 anos.
Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, esclarece que esse recuo populacional será bastante desigual regionalmente. “A migração entre unidades da federação é um fator muito importante nas dinâmicas populacionais. Alguns estados são a origem e outros, o destino desses migrantes. Isso vai fazer com que cada estado tenha sua inflexão populacional em um momento diferente”.
As Projeções de População do IBGE utilizam dados provenientes de diversas fontes, como os três censos demográficos mais recentes (2000, 2010 e 2022), a série histórica das Estatísticas do Registro Civil (iniciada em 1974), o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), estes dois últimos ambos do Ministério da Saúde, entre outros.
Seus cálculos permitem acompanhar a evolução dos padrões demográficos do país. Além de servirem de parâmetro para políticas públicas nas três esferas de governo, as Projeções de População permitem que o IBGE atualize as amostras de suas pesquisas domiciliares, como a PNAD Contínua, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).
Izabel Marri faz questão de ressaltar também que “a principal importância das Projeções é informar qual é a população do país a cada ano, pois os censos demográficos ocorrem apenas a cada dez anos. Essa informação, por idade e sexo, é fundamental para se elaborar políticas públicas voltada para crianças, idosos ou para a força de trabalho. Além disso, esses dados são a base para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE)”