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Piauí registra 50 casos de homofobia em um ano, com dez pessoas mortas

A cada 8h, em média, uma pessoa LGBTQIAPN+ é vítima de algum tipo de violência no estado

A cada 8h, em média, uma pessoa LGBTQIAPN+ é vítima de algum tipo de violência no Piauí. Esse índice assustador é da Secretaria da Segurança Pública (SSP) que divulgou, nesta terça-feira (20), o 2° Boletim de Dados de Violência Contra a Pessoa LGBTQIAPN+ / Protocolo Cidadão de Coleta de Dados de Violência Contra a Pessoa LGBTQIAPN+.

O documento traz estatísticas consolidadas sobre o cenário vivenciado pela comunidade no Estado, e foi elaborado pela Coordenação de Proteção aos LGBTQIAPN+ e em colaboração com o Núcleo de Pesquisa Sobre Crianças, Adolescentes e Jovens (Nupec) da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Os números têm como base o ano passado, quando foram computados 991 casos.

Foto: Reprodução
Piauí registra 50 casos de homofobia em um ano, com dez pessoas mortas

De acordo com esse levantamento, o perfil das vítimas era de jovens, com idade entre 20 a 29 anos e tinham o ensino médio completo. Maior parte dos crimes cometidos foi de natureza financeira, ultrapassando 40% (estelionato, furto e roubo). Porém, os boletins, também, apontam que 68,29% das vítimas eram negras, o que acaba evidenciando a violência atrelada ao racismo.

“É evidente que, embora o Piauí tenha avançado em algumas políticas de combate a crimes de preconceito, ainda há muito a ser feito para garantir a dignidade e os direitos básicos da população LGBTQIAPN+. As estatísticas revelam a persistência de desigualdades, discriminação e violência que precisam ser enfrentadas”, afirmou Leonna Ferreira, coordenadora de proteção dos LGBTQIAPN+ da SSP.

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Piauí registra 50 casos de homofobia em um ano, com dez pessoas mortas

As palavras da coordenadora são evidentes quando se divulga o número de assassinatos dessa população no Estado. Em 2023, um total de 10 mortes foram registradas, sendo nove por homicídio doloso e uma por lesão corporal seguida de morte. Maioria foi executada com arma de fogo e 90% delas eram negras.

Além disso, os dados enfatizam ainda a categoria mortes em decorrência da violência letal intencional (MVI), o percentual foi de 40%, contemplando a idade de 40 a 49 anos de idade e maior parte dos crimes foram cometidos em residência, estabelecimento comercial e em via pública. “É importante divulgar para que todos reflitam sobre os direitos dessa população”, acrescentou Leonna.

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O protocolo mostra ainda que 7,35% dos crimes foram consumados no ambiente virtual. No mesmo período, foram registrados 68 crimes motivados por homofobia, LGBTfobia ou transfobia. Isso equivale a um caso a cada cinco dias, tendo como principal motivação o crime de homofobia, com 73% dos casos evidenciados.

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