Em Pauta

Piauí sobe no ranking de abates bovinos e se prepara para exportar carne

Para sustentar esse novo patamar sanitário e comercial, a Sada está investindo na qualificação

Depois de quatro anos, o abate bovino no Piauí voltou a ultrapassar a marca de 100 mil cabeças por ano. O feito coloca o estado entre os três que mais cresceram no país nesse setor, atrás apenas do Amazonas e Sergipe, que registraram altas de 63,8% e 35%, respectivamente.

O desempenho piauiense reflete o fortalecimento da cadeia produtiva e ações estratégicas de fiscalização promovidas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada), juntamente com a Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi).

Ano passado, por exemplo, o Piauí recebeu o reconhecimento nacional de área livre de febre aftosa sem vacinação, um marco que impulsionou a movimentação de quase 500 mil animais ao longo do ano — um quarto deles destinados a outros estados. Esse fluxo representou um crescimento de 10% em relação a 2023, reforçando a importância da vigilância sanitária e do controle de trânsito animal.

Foto: Conecta Piauí
Bovinos

Agora, em 2025, a expectativa é de um novo salto. Em maio, o estado será oficialmente reconhecido internacionalmente como livre da febre aftosa sem vacinação, durante cerimônia em Paris, promovida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A certificação vai abrir as portas do mercado externo para a carne piauiense, com potencial de exportação para países da Europa, Ásia e América do Norte.

Para sustentar esse novo patamar sanitário e comercial, a Sada está investindo na qualificação técnica. Nesta sexta-feira (25), no município de Picos, foi concluído um curso de capacitação voltado à defesa sanitária animal. A formação reúne 62 técnicos agropecuários de 11 regionais da ADAPI e foca na atualização dos principais programas de vigilância, controle de doenças e trânsito de animais. Esse é o terceiro já realizado esse ano, os dois primeiros foram Parnaíba e Teresina.

“O Piauí vive um novo momento na defesa agropecuária. Estamos prestes a alcançar um status sanitário inédito e isso exige um corpo técnico altamente qualificado”, destaca o secretário da SADA, Fábio Abreu. “Essa conquista significa mais que um certificado. É a possibilidade de abrir novos mercados, valorizar nossa produção e melhorar a renda no campo.”

Segundo ele, o novo desafio será manter o status internacional. “Mais do que alcançar o reconhecimento, precisamos garantir sua permanência. Isso exige vigilância constante, integração com os produtores e uma defesa agropecuária cada vez mais eficiente. Uma base técnica sólida gera emprego, renda e transforma a realidade do campo”, conclui.

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