Teresina afunda na chuva e lidera falta de bueiros entre capitais, diz IBGE
Apenas 20% do território municipal conta com esse tipo de estrutura para escoamento da chuvaA forte chuva que atingiu Teresina no fim da tarde desta quarta-feira (23) não só alagou ruas e ilhou moradores — ela escancarou um dado alarmante revelado pelo IBGE: Teresina é a capital brasileira com o menor percentual de bueiros ou bocas de lobo em vias públicas. Apenas 20% do território municipal conta com esse tipo de estrutura para escoamento da água da chuva.
O temporal, que registrou um acumulado de 33 mm em poucas horas, transformou avenidas em rios e confirmou, na prática, o que os números já apontavam: falta infraestrutura básica para lidar com eventos climáticos cada vez mais frequentes.
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Os dados fazem parte da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, do IBGE, que serve como base para o planejamento urbano e formulação de políticas públicas sustentáveis. Na outra ponta do ranking das capitais, Curitiba lidera com quase 95% de cobertura.
Mas o problema vai além da capital: em todo o Piauí, apenas 11,63% da população que vive em áreas urbanas reside em ruas com bueiros ou bocas de lobo — o pior índice entre todos os estados brasileiros e quase cinco vezes abaixo da média nacional (53,72%).
“A presença desses equipamentos é essencial para prevenir alagamentos, preservar a infraestrutura urbana e conter a proliferação de vetores de doenças”, alerta Eyder Mendes, supervisor de Disseminação de Informações do IBGE no Piauí.
Entre os municípios piauienses, Amarante (25,62%) e Buriti dos Lopes (24,11%) lideram em cobertura. Teresina aparece apenas na sétima posição. E mais: 32% dos municípios do estado sequer registraram a existência de bueiros ou bocas de lobo.
O levantamento do IBGE está alinhado ao Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257/2001), à Agenda 2030 da ONU e à Nova Agenda Urbana — todos com foco no desenvolvimento sustentável e na promoção de cidades mais resilientes.
