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Número de afogamentos no Piauí quase dobra em relação ao 1º trimestre de 2023

De acordo com levantamento da coluna, de janeiro a março deste ano foram registradas no estado
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Na música “Águas de Março”, de Tom Jobim, o trecho que fala que as águas de março fecham o verão, refere-se às chuvas dessa época do ano que, geralmente, terminam no finalzinho do mês citado. Mas no Piauí, esse ano, tem sido bem diferente. Muito temporal ainda tem caído na maior parte do Estado, com previsão de mais chuvas neste mês de abril, que acabou de começar. E com essa previsão, o alerta se acende. 

Foto: ReproduçãoBarqueiro encontra corpo de homem nas águas do rio Parnaíba em União
Barqueiro encontra corpo de homem nas águas do rio Parnaíba em União

É que o território piauiense é repleto de rios, cachoeiras, barragens e açudes. E todos ficam cheios nessa época do ano, fazendo com que muita gente procure diversão nesses pontos durante o final de semana. No entanto, esses lugares de diversão precisam de toda a atenção dos banhistas. Não à toa, só no último final de semana, que justamente fechou o mês de março, três pessoas morreram afogadas em açudes e barragens do interior. 

Com essas mortes de março, o número de afogamentos no Piauí quase dobrou neste primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2023. De acordo com levantamento do Corpo de Bombeiros, de janeiro a março deste ano foram registradas nove ocorrências, contra somente cinco de janeiro a março do ano passado. Apesar de março fechar com três mortes, janeiro foi o mês de maior gravidade, com cinco falecimentos por afogamento. 

Foto: Conecta PiauíNúmero de afogamentos no Piauí quase dobra em relação ao 1º trimestre de 2023
Número de afogamentos no Piauí quase dobra em relação ao 1º trimestre de 2023

Segundo o Corpo de Bombeiros do Piauí, que atende, em média, 40 ocorrências de afogamentos por ano, a maior parte dos casos decorre de imprudência dos banhistas. “Tudo começa antes do afogamento, quando a pessoa se afasta da área de segurança, mistura bebida alcoólica com água, desobedece às placas de sinalização”, aponta tenente-coronel Najila Nunes, da comunicação da instituição militar. 

Os afogamentos são a causa de 5,7 mil mortes por ano no país, conforme levantamento da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), em balneários, rios e piscinas. Em 2023, o Piauí fechou com o mairo registro de afogamentos dos últimos quatro anos, com um total de 50 ocorrências. E o pior, nem todos os lugares terão salva-vidas profissionais. Os banhistas devem, portanto, seguir algumas dicas caso o pior aconteça e ocorra um afogamento.

“A primeira coisa é procurar um meio de flutuação, seja uma garrafa pet, uma boia, aqueles macarrões [de piscina]. Eles sempre vão ajudar a pessoa. Até um cabo de vassoura, desde que você não se ponha em risco [ao tentar salvar a vítima]. Esses são chamados os meios de fortuna para que a pessoa possa ajudar aquela que está se afogando”, explica à oficial. 

Foto: Conecta PiauíDados de afogamento do Piauí
Dados de afogamento do Piauí

E para tentar diminuir esses índices, o Governo do Estado, por meio de uma parceria do Corpo de Bombeiros e da Secretaria da Defesa Civil, criaram a campanha “Banho Seguro”, para alinhar ações que visam  prevenir afogamentos e conscientizar banhistas sobre o aumento dos casos registrados no estado. A secretaria Estadual de Turismo também integra essa ação, que teve início no mês passado. 

“Lançamos a campanha em José de Freitas, na barragem dos Bezerros, junto com vários órgãos e uma equipe de canoagem. Mas, estaremos voltando dia 20 por lá, pra orientar banhistas e donos de estabelecimentos que vendem bebidas às margens da barragem, sobre os perigos de misturar álcool com banho e os cuidados com correntezas”, destacou Werton Costa, que é diretor de Prevenção e Mitigação da Defesa Civil. 

As estatísticas sobre episódios de afogamentos em todo o estado chamam a atenção dos órgãos de monitoramento, para os riscos dos banhos no mar, rios, lagoas, balneários, cachoeiras e açudes. As principais vítimas dessas ocorrências são jovens do sexo masculino, e a principal causa apontada para maioria dos casos, é falta de conscientização dos banhistas sobre os riscos nessas áreas de banho.

"A campanha de conscientização visa não apenas sensibilizar o público alvo, como também envolver ações de sinalização em áreas de banho, capacitação de permissionários, donos de bares e restaurantes em todo território piauiense. As ações devem englobar a Secretaria de Turismo e os municípios, seja através das COMDECS ou de parcerias com a APPM", completou o diretor da Defesa Civil. 

Foto: Conecta PiauíAo identificar alguém em perigo nas águas
Ao identificar alguém em perigo nas águas

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