Oeiras recupera prédios históricos e transforma espaços em centros culturais
Cidade investe na preservação do patrimônio e na valorização da identidade local
Piauí, orgulho que a gente sente e celebra!
“Eita, Oeiras, que tem coisa!” — o ditado popular, repetido por moradores da primeira capital do Piauí, carrega mais verdade do que se imagina. Com 307 anos de história, Oeiras segue preservando sua essência por meio de seus prédios históricos, que continuam de pé como testemunhas vivas do tempo.
Em entrevista ao Conecta Piauí, o secretário municipal de Cultura, Edilberto Villanova, explicou que o maior desafio na preservação do patrimônio histórico está em compreender as competências e limites de cada órgão envolvido. “Sabemos que existem órgãos de proteção, como o IPHAN, mas é importante entender até onde vai o papel de cada ente e como podemos atuar em conjunto”, destacou.
Segundo o secretário, a Gerência de Patrimônio da Secretaria de Cultura e Turismo vem atuando na detecção e diagnóstico dos principais problemas estruturais, buscando desenvolver políticas de conservação em parceria com o IPHAN, o Governo do Estado e outras instituições.
Entre os principais patrimônios requalificados, está a Casa da Pólvora, um bem tombado pelo IPHAN e um dos poucos exemplares de edificações militares do período colonial ainda existentes no Piauí. Construída no século XIX, sobre um lageiro de pedras, a antiga fábrica de pólvora foi transformada em um espaço museológico, que hoje abriga a exposição permanente “Negros e Negras do Rosário”.
“O local passou a representar a resistência, a memória e a reparação histórica do povo do bairro do Rosário”, explica Villanova.
Outro exemplo recente é o Cachêlo d’Água, que foi restaurado e receberá um novo nome: Cachêlo Cé de Helena, localizado nos fundos da Praça do Perdão. Já o tradicional Café Oeiras, que estava desativado, voltou a funcionar e se consolidou novamente como ponto de encontro cultural.
Mesmo com menos de um ano de gestão, a Secretaria de Cultura tem conseguido efetivar ações de conservação e democratização dos espaços públicos, permitindo que a população volte a vivenciar a história de Oeiras em locais antes esquecidos.
“O patrimônio só tem sentido se for vivido, visitado e valorizado pelas pessoas”, resume o secretário.