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BrasBio apresenta projeto de etanol que promete revolucionar o Piauí

Investidores destacam potencial agrícola e logística favorável para instalação da usina

O Piauí avança mais uma vez no cenário da inovação energética com a apresentação da BrasBio na 74ª edição da Expoapi. A empresa, que projeta produzir etanol a partir do milho e do sorgo no estado, detalhou seus objetivos durante um café da manhã realizado no evento. A proposta promete impulsionar a cadeia produtiva, atrair investimentos, gerar empregos e marcar um passo considerado revolucionário para o desenvolvimento econômico piauiense.

O diretor industrial da BrasBio, Neilton Barbosa, participou do evento e detalhou a estrutura produtiva da usina e seu potencial de transformação para o setor agroenergético do Piauí. Em conversa com o Conecta Piauí nesta quarta-feira (10/12), Ele destacou que a indústria vai operar com etanol de milho e sorgo, além de gerar subprodutos de alto valor para a nutrição animal e para o setor de óleos vegetais.

“É um orgulho participar desse desenvolvimento no Piauí. A indústria vai produzir etanol anidro e hidratado, além do farelo rico em proteína e do óleo bruto que pode chegar às refinarias e até à mesa do consumidor. Toda a cadeia produtiva, do pequeno ao grande produtor, será beneficiada”, comenta.

Neilton explicou ainda o plano de expansão da planta industrial. “O projeto está dividido em fases, começando com a moagem de 1.500 toneladas por dia e podendo chegar a 4.500 toneladas. A construção já prevê todas as etapas de ampliação, sem necessidade de interromper a operação”, elucida.

O diretor ressaltou que o complexo vai impulsionar a geração de empregos qualificados e abrir portas para profissionais de diferentes áreas. “Teremos oportunidades para formados e não formados; basta ter vontade de aprender. A operação interna deve ter cerca de 180 empregados, e a cadeia externa movimentará ainda mais fornecedores e serviços”, finaliza.

Durante o evento, o Conecta Piauí ouviu o empresário Cornélio Sândalo, do Grupo Progresso, que destacou o impacto do projeto para a economia estadual. Ele explicou que o Piauí já possui forte produção primária, mas carece de industrialização local, etapa que a implantação da usina pretende suprir.

“O biocombustível que consumimos precisa vir de longe, e isso pesa no frete. Com o etanol sendo produzido dentro do estado, o custo deve cair em torno de 30%. Isso aumenta o consumo, gera emprego e renda para o povo”, afirmou.
Cornélio reforçou ainda a relevância dos subprodutos industriais. “O DDG é um produto nobre, com até 32% de proteína, fundamental para ração animal. Deve impulsionar também a produção pecuária no Piauí”, conclui.

Em seguida, o empresário Mauro Carvalho, do Mato Grosso e integrante do grupo de investidores, ressaltou os motivos que tornaram o Piauí o local escolhido para instalação da usina de etanol de milho e sorgo. Segundo ele, a disponibilidade de matéria-prima e o potencial de expansão do consumo local foram determinantes.

“O Piauí reúne todas as condições: tem produção suficiente de milho e sorgo e um consumo de etanol que pode crescer com preços mais competitivos na bomba”, explicou. Carvalho destacou ainda a geração de empregos: “Hoje já são cerca de 1.200 trabalhadores na obra, e vamos chegar a mais de 2.000 nos próximos meses”, afirma.

O empresário elogiou a recepção no estado e o apoio institucional. “Os acionistas da BrasBio estão extremamente satisfeitos com a forma como fomos acolhidos pelo Governo do Estado, pela Investe Piauí e por nossos parceiros locais”, conclui.

O gerente do Escritório da Superintendência do Banco do Nordeste no Piauí, Thiago Ribeiro, comentou sobre o papel da instituição no avanço dos investimentos ligados à produção de biocombustíveis no estado. Ele destacou que o projeto da BrasBio representa um marco para o desenvolvimento industrial piauiense e para o fortalecimento de diversas cadeias produtivas.

“É uma grande honra participar desse momento histórico para o Piauí. É o maior contrato de crédito já assinado pelo Banco do Nordeste no estado, não apenas pelo valor, mas pelo impacto que representa. Esse investimento traz inovação, fortalece o agronegócio e abre espaço para novas cadeias produtivas, como a pecuária, irrigação e novas safras”, diz. Thiago ressaltou ainda que os efeitos econômicos se conectam diretamente à missão institucional. “Tudo isso gera emprego e renda, alinhado ao compromisso do Banco do Nordeste em desenvolver a região”, completa.

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